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sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Uma História deliciosa....

"Depois de o projecto do Imortal ter ruído, Fernando Barata caiu no esquecimento e o empresário e antigo dirigente algarvio nem quer conversas sobre futebol. Mas há quem não o esqueça. “O senhor Fernando Barata está no meu coração”, eterniza Manuel Cajuda, quando recua no tempo e vai ao baú das recordações e puxa por uma com mais de duas décadas. Com apenas 32 anos, o técnico do Vitória tinha pela frente o primeiro grande desafio no comando de uma equipa. O búlgaro Hristo Mladenov deixava o Farense e o então presidente, Fernando Barata, entregou-lhe a equipa a poucos dias da visita às Antas, onde o esperava um poderoso FC Porto. Foi em Março de 84 e Cajuda tem uma história de encantar...“Fizemos a viagem a dois tempos: saímos para Lisboa numa sexta-feira e ficámos no Hotel Embaixador; no dia seguinte seguimos para Espinho. Na sexta-feira, o Fernando Barata ligou para me incentivar, e a dada altura perguntou-me se já tinha escolhido a equipa. Disse-lhe que não, para fugir à questão. No sábado à noite voltou a ligar e colocou-me a mesma pergunta. Na minha rebeldia, respondi-lhe assim: ‘Para saber a equipa ou vem ao jogo ou compra o jornal no dia seguinte’. E assim ficou”, recordou entre gargalhadas. Só que o resultado do encontro foi desastroso. O Farense saiu goleado (1-7) e Cajuda pensou ter perdido a primeira grande oportunidade para iniciar a carreira de treinador, embora já tivesse dito, em Record, que “foi sem querer e sem o querer” que começou a carreira de técnico, pois preferia ser bancário. Barata não gostou de perder, mas apreciou o técnico. “Depois dos 7-1 voltámos ao Algarve e às sete e meia da manhã recebi ordens para me apresentar no escritório do presidente. Cheguei lá a pensar que já tinha guia de marcha. Estranhamente, fui recebido com abraços e a primeira coisa que ouvi deixou-me estupefacto. ‘Estou orgulhoso de si, você vai ser um grande treinador. Teve a coragem de não se vergar à minha curiosidade e mandar-me ir ver o jogo”, ouviu Cajuda da boca de Barata. Elogios que só convenceram o técnico algarvio até ao final da época, já que no arranque da campanha seguinte voltou a ser adjunto, desta feita de Fernando Mendes. “A ambição não me matou. Voltei a ser adjunto, porque achei que ainda não era capaz”, justificou. Seja como for, Cajuda salvou o Farense da descida em 83/84, conseguindo o primeiro feito da sua carreira." In Record, 14/12/2007

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