Powered By Blogger

sábado, 12 de dezembro de 2009

Deputada do PEV assistiu à partida do último comboio regional em dia útil entre Barreiro e o Algarve

A deputada do partido ecologista "Os Verdes" Heloísa Apolónia assistiu sexta-feira à partida do último comboio regional, em dia útil, entre Barreiro e o Algarve, onde acentuou as críticas à decisão da CP de suspender a ligação.

"Podia ser potenciada esta ligação regional e neste momento vai deixar de existir. Um cidadão do Barreiro que queira ir para o Algarve tem que fazer Barreiro/Setúbal, depois faz um transbordo para ir de Setúbal a Tunes, faz mais um transbordo e depois faz Tunes/Algarve", disse a deputada após assistir à partida do comboio.

"O incómodo é maior, o tempo de viagem é maior cerca de 45 minutos e regista-se um encarecimento do título de transporte", acrescentou.

"Os Verdes" apresentaram hoje um requerimento na Assembleia da República, tal como o PCP, a solicitar esclarecimentos ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações sobre esta situação.

Américo Leal, da Comissão de Utentes da Linha do Sado, criticou a CP por não ter informado nem a comissão nem os utentes da decisão de eliminar a ligação do comboio regional entre Barreiro e o Algarve, que agora se irá fazer apenas entre Setúbal e Tunes.

"Tomámos conhecimento desta situação, assim em género de boato, questionámos a administração da CP mas até hoje não obtivemos resposta. Ninguém foi informado de nada e nem junto dos horários existe alguma observação desta situação", disse.

O responsável considera que o serviço "faz bastante falta aos utentes", aproveitando também para deixar algumas críticas à existência de bilheteiras em apenas um sentido da circulação, à falta de sanitários a funcionar, às más condições dos abrigos e aos elevadores que nem sempre funcionam.

"Na segunda-feira vamos dirigir-nos a todos os Grupos Parlamentares para informar de tudo o que está a acontecer", afirmou.

Bruno Martins, porta-voz da CP que esteve no local, referiu que a decisão da CP em eliminar esta ligação, o que vai acontecer a partir de dia 13 de Dezembro, significa adaptar os serviços e os recursos às necessidades das pessoas.

"Este comboio desaparece pois não tem níveis de procura suficientes. Vamos apostar mais numa mobilidade mais de curta/média distância, que será reforçada abaixo de Setúbal com mais serviço", justificou.
In Barlavento Online


Heloísa Apolónia, uma das raras personalidades políticas que ainda consegue irritar o nosso "PM", esteve presente (e muito bem) na última viagem directa Barreiro-Algarve dum comboio regional em dia útil.

Trata-se na minha opinião, de mais um atentado flagrante à nossa Região, já ela afastada do resto do país em termos de acessibilidades, excepção feita à A2, com portagens cada vez mais caras...
A questão é que a CP tem desprezado a Região desde à muito, pois por cá não passam os modernos comboios que dotam as outras grandes áreas populacionais de Portugal, logo aí, reduzindo o interesse das pessoas na utilização deste transporte, mas também devido à desarticulação das gares de comboio na Região, longe dos grandes pontos empresariais...

Julgava eu que as empresas de capitais públicos tinham como primordial objectivo, prestar serviço público, diminuindo as assimetrias entre o que os privados oferecem em cada um dos sectores, por forma o País não ande a duas velocidades...

O que a CP acaba de decidir pode ser compreensível face aos enormes prejuízos acumulados, mas estes são resultado duma gestão incompetente e parcial em prejuízo da Região. Por isso, faz me confusão falar-se em TGV's, e nós algarvios não termos nem uma via férrea actual, minimamente moderna para servir uma região turística por natureza, cortando-nos serviços importantes, e chegando-se ao ridículo de no mesmo território uns terem tudo e Nós nada!

Venha a Regionalização que isto já me enoja!

2 comentários:

F. Neves disse...

Bons tempos os do combóio "Correio".
Parava em todas.
Saía de Faro às 10 ou 11 da noite e chegava ao Barreiro às 5 ou 6 da manhã, para apanhar o barco para o Terreiro do Paço.
Na Funcheira era uma festa, aí pelas 2 da manhã com uma paragem de 20 a 30 minutos para mudarem de máquina.
Na estação havia uma tasca onde servia umas belas bifanas, sempre a aviar.
Dormia-se em qualquer posição.
Era malta da tropa e muitos que trabalhando em Lisboa, vinham de fim de semana ao Algarve.
Os tempos agora são outros, está tudo mais fino, mas a Linha do Algarve está uma miséria a que é preciso pôr cobro.

SamM disse...

Quando fui à "inspecção" para a tropa, foi a única vez que utilizei esse comboio, e na verdade sentia-se um ambiente especial...

Sair às 4 e meia da manha a passo apressado para apanhar o barco no Barreira, com um frio de rachar e depois ir de barco, apinhado de gente às 5 da manha... Parece surreal para nós, algarvios... Enfim... Saudades de experiências que marcam esta vida...