O candidato do PS à Câmara de Faro José Apolinário continua a afastar para já cenários de coligações à esquerda, mas admite que empenhar-se em ouvir os vários sectores de Faro que levantaram um "cartão amarelo" aos socialistas nas últimas eleições europeias.
Em declarações à Agência Lusa, José Apolinário sustenta que, face aos resultados das últimas eleições europeias, está "empenhado em ouvir os sectores em Faro que apresentaram cartão amarelo ao PS"."A nossa orientação continua a ser um projecto único enquanto força política, mas o resultado das europeias no domingo passado veio-nos confrontar com alguns cartões amarelos ao PS quer pela abstenção, quer pelo Bloco de Esquerda", admitiu o socialista Apolinário.
Questionado a reagir à coligação de direita aprovada esta madrugada pelo PSD para a Câmara de Faro, Apolinário comenta que a "grande coligação de direita visa pôr em causa e atacar a matriz de esquerda democrática que a Câmara de Faro tem assumido nestes últimos três anos e meio de mandato"."Continuamos a ser a principal força para afastar da Câmara de Faro a grande coligação de direita", defende José Apolinário, apontando, a título de exemplo, as diferentes políticas defendidas para as escolas e professores entre o PS e o PSD."Eu tenho defendido a autonomia das escolas e da função dos docentes e o PSD quer instrumentalizar a função do docente e municipalizar a função dos professores".
A candidatura de Macário Correia (PSD) à Câmara de Faro nas próximas eleições autárquicas vai coligar-se ao CDS-PP, ao Movimento Partido da Terra (MPT) e ao Partido Monárquico (PM), uma decisão tomada esta madrugada em sede distrital do PSD/Algarve.
Em Abril transacto, o candidato do PS a Faro, José Apolinário, afastava o cenário de coligações, embora frisasse que o projecto socialista fosse aberto à sociedade civil e que era uma "candidatura de Faro"."Em princípio o PS está a preparar-se com um projecto próprio. Não queremos fazer alianças tácticas. Não vale tudo", declarava na altura à Lusa o socialista.
In Barlavento Online
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Se dúvidas haviam em relação à impopularidade crescente em torno do PS a nível nacional, tais foram dissipadas no ultimo domingo, em virtude do resultado que se conhece, mas no que toca ao nosso cantinho, com mais razões de preocupação ficou José Apolinário e seus pares, que neste últimos três anos e meio de mandato, pouco mudaram na face da capital algarvia, deixando cair por terra algumas das bandeiras da sua campanha em 2005. Recordo-me logo da maior delas, o famigerado passeio ribeirinho, que passado este tempo, permanece no papel, quer queiramos, quer não...
Se neste últimos anos poucas obras de monta se efectivaram no Concelho, é ver agora o lançamento de Planos de Pormenor (Má Vontade, Estói, Vale da Amoreira), e um sem número de projectos desde o Museu de Arte Contemporânea, passando pelo Centro Unesco, Programa Polis, Variante a Faro, isto falando das que me recordo agora...
É neste contexto que surge agora a candidatura do PSD, encabeçada pelo tavirense Macário Correia, à semelhança de José Apolinário, ex-ministro e não-natural de Faro, mas que em 12 anos de mandatos na cidade do Gilão, teve tempo e espaço para mostrar obra, que lhe é reconhecida, não só na cidade mas em todo o vasto concelho do Sotavento Algarvio.
Agora que Macário acaba de garantir uma coligação à direita, e numa altura em que alguns estudos de opinião lhe parecem dar vantagem nas intenções de voto, surge uma nova nota neste campo... Apolinário parece piscar o olho à Esquerda, com o intuito de perceber a reacção destas forças políticas o que nos parece, nunca será prejudicial para a sua performance, pois no mínimo poderá roubar alguns votos tremidos na posse de CDU ou BE, que virão nesta atitude, um sinal de preocupação pelos problemas das munícipes... Na melhor das hipóteses poder-se-à coligar com uma destas forças, renovando assim as suas forças numa altura em que a balança começa a pender para o homem de Tavira...
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