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quarta-feira, 3 de junho de 2009

‘Noites Árabes’ invadem Jardim Manuel Bívar

Se Afonso III soubesse desta festa...Faro: Quatro noites com música, dança, artesanato e gastronomia


Os árabes ‘regressam’ ao Algarve e vão invadir o Jardim Manuel Bívar, em Faro. A ‘invasão’, no entanto, é pacífica e em festa. E até incluem um casamento com duas caras conhecidas.As ‘Noites Árabes’ decorrem entre 10 e 13 de Junho. No jardim serão colocadas diversas tendas com bijutarias, jóias, danças, véus, música, gastronomia e artesanato arábico.

Está também prevista música, dança, a presença de encantadores de serpentes, tatuadores (de henna) e ainda especialistas em caligrafia árabe.

Logo na primeira noite, a 10, Mónica e Rubim renovam, publicamente, os votos de casamento, numa cerimónia de acordo com os rituais da tradição árabe, que se inicia às 23h00. O casal trocará duas jóias, criadas por Gil de Sousa.

A música está a cargo do grupo Arabesk Troupe e, no final, Rubim oferece a Mónica uma canção de amor, interpretada pelo ex-D’ZRT Edmundo.

Nos dias que se seguem continuará a animação sempre dedicada à cultura árabe, num cenário típico das 1001 noites. A organização, no entanto, que está a cargo da Maya Eventos (numa equipa constituída por Maya, Bárbara Taborda e Duarte Siopa) ainda não divulgou os grupos que vão participar na iniciativa.

O que prometem é um cenário das 1001 noites que vai trazer a Faro um ‘cheirinho’ da cultura arábica.
In Correio da Manhã por João Mira Godinho


Esta notícia já foi alvo de dezenas de comentários no blog A Defesa de Faro, e apesar de considerar esta matéria uma situação pouco relevante do ponto de vista informativo, fiz uma análise mais profunda que me levou a escrever esta dissertação...

Na minha opinião, apesar de discordar da forma como este evento é organizado, felicito a CMF pela iniciativa, pois ao menos coloque Faro no mapa dos eventos de projecção mediática a nível nacional, numa época em que muitos se dirigirão ao Algarve para umas merecidas mini-férias.

Contudo, isso não me faz esquecer que o sentido crítico e tecer algumas considerações sobre a forma como tudo é organizado na nossa cidade. Reconheço que têm havido um esforço da CMF nos últimos 2/3 anos em projectar alguns eventos na capital algarvia, sempre limitados por algumas contingências de ordem financeira, mas a verdade é que a sensação que vai ficando no ar é que tudo organizado ao sabor do vento e neste caso concreto, anunciado com poucos dias de antecedência.

Dúvido que este evento, da forma que foi organizado origine significativas mais valias, pois se o objectivo é encher literalmente a baixa farense, a mesma será ocupada por locais e pessoas das zonas limítrofes, não conseguindo captar turistas numa fase, em que tudo foi despoletado tão perto da data do evento. Devia ter havido o cuidado de tudo se ter programado com antecedência e com muito impacto por forma a "obrigar" o público a reconhecer a importância desta iniciativa para a economia local.
E porque é de economia local que falamos, curioso será saber quais os estabelecimentos da baixa farense que estarão abertos nessas quatro noites, à imagem do que acontece em Loulé nas famosas Noites Brancas, onde o comércio local se associa duma forma massiva durante essas noites de festa.

Não vou discutir a qualidade do evento nem a competência da taróloga Maya nessa matéria, nem sequer as personalidades convidadas para o evento, até porque neste pobre país, muito funciona à base dos nomes envolvidos e não da qualidade que se reconhece nas organizações, apenas crítico a forma avulsa como as coisas são organizadas em Faro. Tirando o FolkFaro e Festa da Ria Formosa, que até poderiam ter uma maior projecção, a CMF ainda não conseguiu criar um evento de massas virado para a vertente turística que seja conotado imediatamente com a cidade de Faro, à semelhança do que acontece por exemplo com o Festival MED ou as Noites Brancas em Loulé, no qual, a título de exemplo, meses antes em conversas de café, já as pessoas falam com nostalgia e ansiedade por novas edições, fomentando o culto da imagem da cidade, que poderia ser assim criada se houvesse uma linha orientadora para esta matéria, independentente das figuras que estivessem no poder da autarquia farense.

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