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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Ciclismo: Tavira e Loulé querem a Volta a Portugal

Ambas as equipas de ciclismo apostaram na continuidade e mantiveram grande parte dos ciclistas. Volta a Portugal é objectivo máximo.

A nova época de ciclismo aproxima-se a passos largos – primeira prova a sério é a Volta ao Algarve, em Fevereiro – e as formações algarvias já têm tudo definido. Desde os patrocinadores até aos objectivos.

A equipa de Tavira começou a preparar a nova época com algumas dúvidas quanto a um dos patrocinadores principais, a Prio, mas a empresa de biocombustíveis decidiu apoiar os algarvios por mais um ano, ficando novamente com a designação Palmeiras Resort/Prio/Tavira.

Este apoio permitiu-lhes garantir um dos mais sonantes nomes que entrou na equipa na época passada: Cândido Barbosa.

O contrato ainda não foi assinado, mas já concordámos que ele [Cândido] vai ficar esta época na equipa”, assegura Vidal Fitas, director desportivo dos tavirenses.

Também a jovem promessa André Cardoso – que recentemente foi escolhido para fazer parte do projecto olímpico Londres 2012 – vai continuar a representar os sotaventinos.

Mesmo com a continuidade dos patrocinadores, o plantel vai ficar com menos dois ciclistas e agora só serão 12 a defender o título conquistado da Volta a Portugal - David Blanco venceu na secretaria, após o caso confirmado de doping de Nuno Ribeiro - objectivo que Vidal Fitas assume.

“Queríamos manter a equipa toda, mas não vamos conseguir devido à falta de verbas”, diz o técnico, que assegura que os jovens da época passada estão prontos para “maiores responsabilidades”.

De fora ficam o argentino Martin Garrido e o búlgaro Krasimir Vasilev. Para além de Cândido e Cardoso, vão continuar Alejandro Marque, Daniel Mestre, David Blanco, David Livramento, Henrique Casimiro, Luís Silva, Ricardo Mestre, Nelson Vitorino, Samuel Caldeira e Tomás Swift - Metcalfe.

Época começa sem percalços

Os graves problemas financeiros que quase atiraram para fora das estradas a equipa de ciclismo de Loulé em 2009 estão ultrapassados e para esta nova época o orçamento fixa-se em 250 mil euros – mais 50 mil que na temporada passada.

Se a equipa não tivesse conseguido angariar as verbas, não teria tido uma Volta a Portugal como há muito não se via, com dois atletas a vencerem etapas - João Cabreira e Eládio Jimenez venceram a 4ª e 6ª etapa – mesmo com um dos mais baixos orçamentos em competição.

“Ainda sentimos o efeito da crise e temos uma equipa, apesar de tudo, com algumas limitações. Mas a crise tem, infelizmente, dois lados e agora, por menos dinheiro, conseguimos formar um plantel com aspirações”, diz Jorge Piedade, director desportivo da equipa.

Com patrocinador novo, a CC Loulé/Louletano/Orbitur/Aquashow parte para 2010 com um plantel de 12 ciclistas: sete continuam e chegam cinco novos atletas.

Garantimos a continuidade daqueles que são os principais atletas e apostámos em ciclistas mais novos. No entanto, a qualidade não saiu e temos um grupo mais equilibrado que no ano passado”.
Saídas essas que passam pelo espanhol Eládio Jimenez - entretanto suspenso pela UCI por ter acusado positivo num controlo de doping, no final da Volta a Portugal -, Nuno Marta, Hugo Vítor, Alexandre Oliveira, Pablo de Pedro e Virgílio Neves.

Quanto a entradas, o destaque vai para dois espanhóis: Santiago Perez, 33 anos, (ex-Madeinox/ Boavista) e Constantino Zaballa, 32 anos (ex-Paredes/ Rota dos Móveis).

“Ficamos com quatro ciclistas [mais João Cabreira e Pedro Lopes] capazes de disputar etapas, sem esquecer os «sprinters» César Quitério e Pedro Soeiro. A equipa pode discutir qualquer prova, a nível nacional e internacional e isso inclui a Volta a Portugal”, assume Piedade.

Para além dos ciclistas referidos, Daniel Silva, Rogério Baptista e Bruno Saraiva mantêm-se e entram ainda Celestino Pinho, 26 anos (ex-Paredes/Rota dos Móveis), Bruno Pinto, 25 anos (ex-Barbot/Siper) e Tiago Silva, 24 anos (ex-CC Lugo/Artesanía de Galicia).


Se há dois ou três anos o pelotão nacional era composto por 10 equipas profissionais, a crise e os escandalos relacionados com o doping, que redundaram no desaparecimento das duas equipas mais poderosas do ciclismo nacional da última década (Liberty e Maia), agora o cenário é de penúria total... Este ano são apenas cinco as equipas profissionais de ciclismo, duas delas com sede no Algarve pelo que me parece que assistiremos ao longo da época, ou muito me engano, a uma competição limitada e bairrista entre o norte e sul, dum lado as equipas algarvias e do outro as restantes três (Boavista, Paredes e Barbot) sediadas no norte do país, com a entrada das equipas espanholas de segunda linha para fazer número nas provas portuguesas...

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