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terça-feira, 30 de junho de 2009

FARO: Macário 'fecha torneira', Apolinário justifica com educação

Se Macário Correia ganhar, pessoas que se reformarem da Câmara não vão ser substituídas. Já José Apolinário justifica aumento de funcionários com área da educação.
"Não vou colocar mais pessoas no quadro da Câmara de Faro. Não podemos aumentar a despesa corrente e por isso não vamos substituir as pessoas que se reformarem", admitiu Macário Correia, perante um cenário de eventual conquista da Câmara Municipal de Faro e falando sobre as questões do desemprego na capital algarvia no frente-a-frente de ontem à noite, promovido pelo Observatório do Algarve.

Num debate quente - não só pelas ideias, como pela insuficiência do ar condicionado para 'arrefecer' perto de 250 pessoas que se deslocaram à Penha para assistir in loco ao debate - Apolinário e Macário esgrimiram posições tanto sobre Tavira como sobre Faro, entre elas o tema do momento, o desemprego.

Apolinário insistiu que Faro foi dos concelhos em que menos se notou o aumento, acenando por contrapartida com o caso de Tavira. Macário justificou a realidade com o facto de Faro ser uma capital administrativa (com mais função pública) e por isso mais imune ao desemprego em sectores privados da economia.

Macário garantiu, ainda assim, que como parte de um plano de saneamento financeiro para a Câmara, não admitirá - caso vença as eleições - mais pessoas para o quadro fixo de pessoal, criticando Apolinário pelo aumento de pessoas e, consequentemente, de despesa corrente.

O presidente socialista justificou o aumento com as actividades extra-currriculares nas escolas, em que os professores são contratados pela autarquia, garantindo que o mesmo se passa em todas as câmaras municipais, a nível nacional.
O debate, que se 'debateu' com problemas técnicos na transmissão em directo (por razões alheias ao OdA só foi possível acompanhar a partir da segunda parte), proporcionada pela Digitalmaistv, foi seguido na Universidade por mais de 250 pessoas, que não conseguiram todas lugar sentado no Auditório da Escola Superior de Gestão Hotelaria e Turismo (ESGHT).

Muitas delas seguiram o encontro no hall, através de um televisor especialmente montado pela Ualg para o efeito, e mais de um milhar em simultâneo tentou fazê-lo através do site do OdA. A débil rede da Universidade e problemas no servidor da digitalmaistv - devido à sobrecarga de acessos - fizeram com que só a partir da segunda parte fosse possível acompanhar em directo em casa o debate, numa iniciativa pioneira - e totalmente gratuita - do Observatório do Algarve e da Digitalmaistv, empresa do grupo Publirádio.

Ainda assim, durante o dia de hoje e logo que tecnicamente possível, disponibilizaremos aos leitores do OdA o debate na íntegra, em diferido.
Debate animado 'esbateu' diferenças
Durante o encontro, o candidato do PSD a Faro disse querer projectar a capital e promover maior articulação com Olhão e Loulé, enquanto o candidato do PS renegou protagonismos e insistiu numa forte política social e de criação de emprego.

Estas são algumas das linhas estratégicas dos dois dos candidatos à Câmara de Faro, Macário Correia (PSD), líder da coligação "Faro com Macário" e José Apolinário (PS), actual presidente do executivo, no debate organizado pelo Observatório do Algarve e moderado por Conceição Branco, directora do OdA e Idálio Revez, correspondente do jornal Público no Algarve.

Em cima da mesa, estiveram a situação financeira da autarquia, os vectores do Programa Polis Ria Formosa e a questão das acessibilidades à cidade, entre outros temas.

Num debate em que surpreendentemente José Apolinário entrou 'ao ataque', Macário Correia reafirmou que Faro perdeu a "capitalidade" e prometeu projectar o concelho internacionalmente, tirando-o do "marasmo" em que diz ter mergulhado.
Para isso, defendeu um plano conjunto entre Faro, Olhão e Loulé - uma espécie de plataforma do Algarve Central, onde se concentram 200 mil habitantes -, já que Faro por si só, diz, não conseguirá afirmar-se.
José Apolinário, por seu turno, prometeu centrar a sua política nas pessoas e insistir num programa cujos pontos fortes são a área social e a criação de emprego, rejeitando uma lógica de "protagonismo".

Enquanto Macário Correia garante que os eventos e infra-estruturas da cidade estão "aquém" de outros concelhos algarvios, Apolinário afirma que o que o move é o "serviço público" e não "saber quem faz mais festas".

Um dos principais temas em debate foi a situação financeira da Câmara de Faro, já que segundo o candidato do PSD a dívida da autarquia se cifra em 82 milhões de euros, valor refutado pelo PS, que diz que a dívida não chega aos 62 milhões de euros.
Segundo Macário Correia, no mandato de José Apolinário a despesa corrente da autarquia aumentou e houve pouco investimento para o futuro da cidade, o que, assume, faz de Faro um "mau exemplo" em matéria de finanças.
De acordo com José Apolinário, houve durante o seu mandato uma garantia de investimento público na ordem dos 250 milhões de euros e o relançamento de projectos que estavam há muitos anos na gaveta.
O socialista defendeu como forma de antecipar receitas para o município a criação de um Fundo Imobiliário que responda às necessidades da autarquia sem ter que se aumentar os impostos locais.

No que respeita ao Programa Polis da Ria Formosa, a concretizar até 2012 e que envolve um orçamento total de 87 milhões de euros a investir em quatro concelhos algarvios, os dois candidatos parecem também não ter a mesma visão.
Enquanto Macário Correia considera que há demolições têm obrigatoriamente que ser feitas, sobretudo nos extremos da Praia de Faro, Apolinário diz quer mais importante que a questão das casas é a "qualidade de vida" das populações e a preservação dos núcleos históricos, assumindo ainda assim a necessidade de demolições nas 'franjas' da Ilha.
Em matéria de acessibilidades, Macário Correia defende a criação de uma Autoridade Regional de Transportes, uma maior articulação entre os diversos meios de transporte e a urgência numa ligação ferroviária a Espanha.
José Apolinário considera, por seu turno, que a questão central e estratégica nesta matéria é a ligação através de um metro de superfície entre o aeroporto, a universidade e o Parque das Cidades, entre Faro e Loulé.

Tecnologia não ajudou, mas debate foi positivo
Questionado pelo Observatório do Algarve, José dos Santos Lopes, director da Digitalmaistv, afirmou que o debate foi positivo: "Isto mexe com as pessoas, mobiliza-as para aquilo que lhes interessa, apesar dos problemas técnicos que tivemos devido à enorme afluência de pessoas e a alguma falta de apoio da Universidade", disse, após ter tornado possível a emissão do primeiro debate político regional em directo, moderado por jornalistas, via internet.
Também Pedro Duarte, director da RUA FM, que fez a transmissão integral do frente-a-frente na rádio (e na internet), se dava por satisfeito: "O dia de amanhã (hoje) é que vai marcar. Se o debate entrar nas conversas de café é importante porque isso significa que o nosso trabalho - e o vosso, do Observatório - foi bem feito", conclui.
*com Lusa

Assisti ao debate via RUA FM e na parte final consegui aceder via net, ao site da Digital Mais TV, e foi para mim uma surpresa a postura de José Apolinário, literalmente ao ataque, confrontando muitas vezes Macário Correia com situações no concelho de Tavira, enquanto o candidato do PSD, depois de tanto alarido e apresentações de projectos na comunicação social, nada trouxe de novo aos farenses, relativamente às suas últimas intervenções. Tal facto, não significa que Apolinário tenha vencido o debate, que na minha opinião foi algo agitado e não muito esclarecedor, perante tantas situações a que os intervenientes não responderam de forma clara, muitas vezes atacando-se mutuamente... Nota negativa para a postura do público, muitas vezes menos comportado do que num jogo de futebol, e também para alguma parcialidade no que toca à moderadora, muito rígida com Macário Correia. É pelo menos a minha opinião...

1 comentário:

Anónimo disse...

SamM, também ouvi o debate na rádio.
Foi lamentável não terem falado do problema do Farense.
Se calhar não convinha...
Das perguntas escritas pelo público, umas boas dezenas, creio que só foi posta uma, relativa ao desemprego.
Vi que havia uma sobre o Farense,no Observatório do Algarve, mas o papelinho deve ter ido para o cesto dos papéis...

F. Neves