Se Valentim Loureiro, de 70 anos é um homem que conhece os meandros futebol desde à muito, tendo enveredado pelo futebol no inicio dos anos de 70 para liderar o emblema axadrezado, revitalizando o mesmo e deixando o Clube nas mãos do seu filho João Loureiro em 1995, numa altura em que já liderava a câmara de Gondomar, tendo depois liderado mais alguns cargos de relevância política, foi como Presidente da Liga de Futebol que nos últimos anos teve maior projecção nos media, sendo muitas vezes criticado pela promiscuidade latente entre futebol e política que os cargos poderiam suscitar...
Depois de ver a sua situação fragilizada devido à questão do Apito Dourado, surgiu então a figura de Hermínio Loureiro, como (novo) salvador da pátria futebolística cá do burgo, ele que já havia ocupado cargos de destaque na política nacional, sendo deputado do PSD e mesmo membro integrante do Governo de Durão Barroso... Na verdade, nos parece que a gerência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional tem ganho mais transparência e apesar das muitas pressões a que está sujeito, fruto dos vícios do passado, têm também tentado inverter o ciclo decadente dos clubes profissionais. Estes cada vez mais debilitados, não poderão culpar a LPFP pelo momento actual, pois pagam a factura de anos e anos de irresponsabilidade e loucura dos seus dirigentes, muitos deles num beco sem saída para liberar os clubes da situação grave em que se encontram. Contudo, me parece que era escusado, até para ir de encontro ao seu discurso da credibilização do futebol português, que se apresentasse agora como candidato à Câmara de Oliveira de Azeméis o novo Loureiro do nosso futebol, denunciando uma claro sinal dos tempos do passado do outro Loureiro, que tantas vezes foi criticado...
O curioso é que tudo isto sucede na recta final da Liga Vitalis, tendo o jogo do passado domingo, entre o Oliveirense (provavelmente o clube da cidade a que Hermínio será presidente) e o Gondomar de Valentim, ditado a descida de divisão dos homens de Gondomar após o empate 1-1, mas indirectamente a descida do Boavista, que apesar de não ter cumprido a sua parte, se poderia ter safado da descida para a Segunda B com uma vitória do Gondomar. Repare o leitor que falamos de três clubes envolvidos numa curiosa luta pela permanência na Liga Vitalis, onde todos eles têm (fortes) ligações a actuais dirigentes da Liga, sendo que o único que não se queima, é o do actual homem forte... Acredito que seja tudo coincidência, mas como digo, não me parece correcto o passo que Hermínio Loureiro tomou...
Com tudo isto, lamenta-se a queda do Boavista nos campeonatos não profissionais, equipa histórica e campeã à oito anos, no qual jogaram na altura alguns dos pesos pesados da Selecção Nacional, e que agora com uma equipa debilitada, fruto de uma gestão não menos questionável da família Loureiro neste últimos anos...
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