O presidente da Câmara de Faro reuniu-se esta segunda-feira com agentes culturais algarvios para definir o programa funcional do centro comercial "Atrium Faro", uma superfície comercial que está quase sem lojas abertas e em risco de ser penhorado pela banca. "Hoje definiu-se o programa funcional do centro comercial e agora falta justificar a proposta de compra junto da banca. Estamos a preparar, juridicamente, os cadernos de encargos para alavancar o projecto", explicou, em declarações à Lusa, o autarca José Apolinário.
Situado na principal artéria da baixa de Faro e erguido sobre o antigo Cine-Teatro Santo António, o Atrium Faro, inaugurado há mais de dois anos, tem 30 lojas, mas apenas duas estão ocupadas, tendo as três salas de cinema encerrado há cerca de mês e meio. Com o objectivo de salvar o projecto comercial, a Câmara de Faro anunciou que pretende adquirir o "Atrium Faro" através de uma parceria público-privada e adaptar o espaço com uma área cultural e outra comercial.
A área comercial terá um total de 1.300 metros quadrados (m2) - a maior parte no rés-do-chão e o restante no primeiro piso - e a área cultural será distribuída pelo primeiro e segundo piso, adiantou José Apolinário, que pretende ter até ao final deste mês o caderno de encargos lançado. A Câmara vai ainda convidar a Escola de Ourivesaria "Contacto Directo" de Lisboa a abrir uma delegação no Atrium Faro, assim como pretende trazer para aquele espaço um julgado de paz, um centro de mediação de conflitos. Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Faro acrescentou que a operação envolve verbas na ordem dos sete milhões de euros, que incluem a aquisição do edifício e algumas obras de adaptação "às novas funcionalidades".
O processo apenas será viável com a participação de parceiros privados e a redução de custos de manutenção (que rondam os 17 mil euros mensais), argumenta o autarca, frisando que o objectivo da autarquia não é "salvar um negócio", mas sim utilizar o espaço para fins culturais, com serviços públicos e lojas.
In Região-Sul
In Região-Sul
Não sei porquê mas isto faz me lembrar a nacionalização do BPN. O investismento de 7 milhões de euros, por uma autarquia falida num projecto privado fracassado é no mínimo discutível, aumentando ainda mais a dependencia da CMF à banca... Será este o caminho?
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