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sábado, 5 de setembro de 2009

Algarve: Primeiro centro UNESCO com sede em Portugal apresentado sexta-feira

Entidades já assinaram acordo para a criação do Centro UNESCO que irá estudar relações entre o homem, o mar e o ambiente. PALOPS também vão beneficiar.

A candidatura foi apresentada pela Universidade do Algarve e agora está a um passo de entrar em funcionamento. O primeiro Centro UNESCO do país ficará localizado em Faro, no Solar do Capitão-Mor, junto ao Teatro das Figuras e em Olhão, onde estão os laboratórios que pertencem ao IPIMAR.

Luís Chícharo, coordenador do Centro Internacional de Ecohidrologia Costeira (CIEC), explica ao Observatório do Algarve que o objectivo dos cientistas será dividido em duas áreas estratégicas, por um lado o cumprimento de uma 'agenda' internacional, correspondente ao Programa Hidrológico Internacional da UNESCO, que estuda e gere as necessidades e disponibilidades de água, a nível mundial e que estabelece planos de acção.

Por outro lado, o CIEC tenderá a efectuar estudos que tenham interesse para as populações costeiras e dá o exemplo: "Há muitos factores, nomeadamente a nível dos estuários, por causa da redução das cargas de água dos rios devido às barragens. Aquilo que nós fazemos é o desenvolvimento de ferramentas, de modelos, que nos permitem fazer a gestão da quantidade de água necessária para assegurar o funcionamento da pesca costeira", diz.

Outro exemplo é a utilização de plantas ou outros microorganismos para retirar nutrientes da água, evitando o aparecimento de algas que podem levar, até, à interdição de capturas de bivalves.

Na cerimónia oficial de apresentação do projecto internacional, o ministro do Ambiente, Nunes Correia, disse estar "orgulhoso" dado que o Centro é um "sinal de prestígio": "Representa ciência, conhecimento, melhores políticas públicas e maior capacidade de intervenção, mas também prestígio para o país e para a Universidade do Algarve, a nível internacional. Vem trazer uma centralidade e um pólo de atracção, o Algarve ganha com isso e o país também", afirmou.

Para o governante com a pasta do Ambiente, existe hoje uma "estreita relação" entre o mundo da ciência e o da política: "melhor ciência, melhor conhecimento permitem melhorar as políticas públicas", concluiu.

No evento presidido pelo Reitor da Universidade do Algarve, que contou com representantes internacionais da UNESCO, foi recordado que a nível mundial mais de metade das pessoas vivem no litoral, a menos de 100 quilómetros da costa, esperando-se que em 2025, Portugal tenha 4 em cada 5 habitantes a morar em zonas costeiras.

Por outro lado, para suprir as necessidades de abastecimento público, foram feitas a nível global mais de 800 mil barragens nos últimos 50 anos, reduzindo as descargas dos rios para o mar em cerca de 30 por cento.

Não me esqueço das palavras de Francisco Leal, presidente da CM Olhão à umas semanas sobre este assunto: "Nós queremos é os cientistas" - palavras do edil olhanense acerca da localização dos laboratórios deste Centro Unesco...

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