Nos anos 30, o Farense começa a evidenciar-se, ficando muito perto de atingir o topo do futebol nacional, nos alvores da criação da I Divisão.
A 8 de Outubro de 1933, o Farense derrotou o Louletano por 17-0, um dos registos mais volumosos de sempre. A equipa (Aurélio; António Serrano e António Jorge; João Coelho ou Chumbinho, Vivaldo e Joaquim da Rosa; Teodoro, Valêncio, António Gralho, Marti e Rolo) acabaria por vencer o Campeonato do Algarve, numa finalíssima disputada em Olhão com o Portimonense. O árbitro? João Gralho, esse mesmo, fundador do Farense. Houve pedras pelo ar, invasão de campo, pancadaria, mas a equipa de Faro bateu o adversário por 4-0.
A segunda metade da década de 30 marca um dos períodos mais brilhantes da história do emblema algarvio. Por estas alturas, o Farense contratou o seu primeiro treinador especializado e profissionalizado, o ex-internacional Carlos Alves, avô de João Alves, ambos conhecidos pelas «luvas pretas».
Em 1937/38, o Farense foi novamente campeão do Algarve. Terá sido, rezam as crónicas, a equipa que melhor futebol praticou na história do clube. Os nomes: Assunção; Venâncio e António Jorge; João Coelho, Marti e Joaquim Rosa; Blé Catarino, Filipe Silva, Vilanova, Mariano e Jorge Gralho.
Foi sem treinador (Carlos Alves tinha saído) que o Farense iniciou uma das mais brilhantes épocas da sua carreira, em 1939/40, vencendo a II Divisão. A equipa-tipo: Assunção; Zita e Domingos Mendonça; Aurélio, Marti e Pirete; Blé Catarino, Jorge Gralho, Palmeiro, Vilanova e Nunes. Os farenses venceram a primeira fase com um ponto de vantagem sobre o Olhanense e, depois, eliminaram Luso de Beja e Casa Pia. Na Tapadinha, o Farense encontrou-se com o vencedor da zona Norte, o Boavista, e bateu os portuenses por 3-2. Porém, os regulamentos reservavam a máxima prova do futebol nacional a um conjunto reservado de emblemas e a turma de Faro não subiu à I Divisão Nacional, cenário que mudaria dois anos depois, então em prol do Olhanense, o primeiro clube algarvio no escalão máximo do futebol luso.
O Farense respondeu com a contratação de elementos valiosos como Norberto Franco e Conceição Rodrigues, numa equipa comandada, de novo, por Carlos Alves, e à qual foi atribuída o epíteto de «Oitavo Exército». No encontro com o primodivisionário Olhanense (dos históricos Grazina, Abraão e Cabrita), a equipa de Faro venceu 3-2, com um «hat-trick» de Rodrigues. Depois de várias goleadas, uma péssima segunda volta deitaria por terra as hipóteses de conquistar o Campeonato do Algarve.
É igualmente na década de 30 que arranca a prática da segunda modalidade do Farense, o basquetebol. O emblema de Faro foi 3.º classificado no primeiro campeonato da história. Os pioneiros desta modalidade na capital algarvia foram José Gonçalves, António Rio, José Farracha, Luz, António Dias e José Libório. Farracha, o grande impulsionador da modalidade, é o treinador do «cinco» que conquista o primeiro Campeonato do Algarve, em 1940/41. Também vem desta altura o início de outras modalidades ditas amadoras no Farense, como o ciclismo – uma equipa participou até na V Volta a Portugal, em 1934. E no ténis de mesa, 1943 foi o primeiro grande ano, com diversas vitórias em troféus regionais. A vitória na Taça Náutico, dez anos depois, consagra uma das triplas mais fortes de sempre: Madeira, Paraíso e Humberto.
No futebol, após a excelente década de 30, seguiu-se uma «travessia do deserto» que levaria mesmo o Farense a alterar a sua denominação. Segundo explica o livro «História e Vida do Sporting Clube Farense», alguns propunham a fusão com o Lisboa e Faro, mas este recusou, por isso avançou-se apenas para a mudança de nome para Clube Desportivo de Faro, que existiu entre 1 de Abril de 1946 e 1 de Setembro de 1948, sendo conhecido na capital algarvia como o «Desperdício de Faro». Uma «crise de identidade» que durou pouco tempo...
A 8 de Outubro de 1933, o Farense derrotou o Louletano por 17-0, um dos registos mais volumosos de sempre. A equipa (Aurélio; António Serrano e António Jorge; João Coelho ou Chumbinho, Vivaldo e Joaquim da Rosa; Teodoro, Valêncio, António Gralho, Marti e Rolo) acabaria por vencer o Campeonato do Algarve, numa finalíssima disputada em Olhão com o Portimonense. O árbitro? João Gralho, esse mesmo, fundador do Farense. Houve pedras pelo ar, invasão de campo, pancadaria, mas a equipa de Faro bateu o adversário por 4-0.
A segunda metade da década de 30 marca um dos períodos mais brilhantes da história do emblema algarvio. Por estas alturas, o Farense contratou o seu primeiro treinador especializado e profissionalizado, o ex-internacional Carlos Alves, avô de João Alves, ambos conhecidos pelas «luvas pretas».
Em 1937/38, o Farense foi novamente campeão do Algarve. Terá sido, rezam as crónicas, a equipa que melhor futebol praticou na história do clube. Os nomes: Assunção; Venâncio e António Jorge; João Coelho, Marti e Joaquim Rosa; Blé Catarino, Filipe Silva, Vilanova, Mariano e Jorge Gralho.
Foi sem treinador (Carlos Alves tinha saído) que o Farense iniciou uma das mais brilhantes épocas da sua carreira, em 1939/40, vencendo a II Divisão. A equipa-tipo: Assunção; Zita e Domingos Mendonça; Aurélio, Marti e Pirete; Blé Catarino, Jorge Gralho, Palmeiro, Vilanova e Nunes. Os farenses venceram a primeira fase com um ponto de vantagem sobre o Olhanense e, depois, eliminaram Luso de Beja e Casa Pia. Na Tapadinha, o Farense encontrou-se com o vencedor da zona Norte, o Boavista, e bateu os portuenses por 3-2. Porém, os regulamentos reservavam a máxima prova do futebol nacional a um conjunto reservado de emblemas e a turma de Faro não subiu à I Divisão Nacional, cenário que mudaria dois anos depois, então em prol do Olhanense, o primeiro clube algarvio no escalão máximo do futebol luso.
O Farense respondeu com a contratação de elementos valiosos como Norberto Franco e Conceição Rodrigues, numa equipa comandada, de novo, por Carlos Alves, e à qual foi atribuída o epíteto de «Oitavo Exército». No encontro com o primodivisionário Olhanense (dos históricos Grazina, Abraão e Cabrita), a equipa de Faro venceu 3-2, com um «hat-trick» de Rodrigues. Depois de várias goleadas, uma péssima segunda volta deitaria por terra as hipóteses de conquistar o Campeonato do Algarve.
É igualmente na década de 30 que arranca a prática da segunda modalidade do Farense, o basquetebol. O emblema de Faro foi 3.º classificado no primeiro campeonato da história. Os pioneiros desta modalidade na capital algarvia foram José Gonçalves, António Rio, José Farracha, Luz, António Dias e José Libório. Farracha, o grande impulsionador da modalidade, é o treinador do «cinco» que conquista o primeiro Campeonato do Algarve, em 1940/41. Também vem desta altura o início de outras modalidades ditas amadoras no Farense, como o ciclismo – uma equipa participou até na V Volta a Portugal, em 1934. E no ténis de mesa, 1943 foi o primeiro grande ano, com diversas vitórias em troféus regionais. A vitória na Taça Náutico, dez anos depois, consagra uma das triplas mais fortes de sempre: Madeira, Paraíso e Humberto.
No futebol, após a excelente década de 30, seguiu-se uma «travessia do deserto» que levaria mesmo o Farense a alterar a sua denominação. Segundo explica o livro «História e Vida do Sporting Clube Farense», alguns propunham a fusão com o Lisboa e Faro, mas este recusou, por isso avançou-se apenas para a mudança de nome para Clube Desportivo de Faro, que existiu entre 1 de Abril de 1946 e 1 de Setembro de 1948, sendo conhecido na capital algarvia como o «Desperdício de Faro». Uma «crise de identidade» que durou pouco tempo...
In Região-Sul por Edgar Pires
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