Em dezembro passado, a cadeia sueca IKEA tinha declarado que pretendia abrir uma loja e um centro comercial Inter IKEA em Loulé, Algarve, cujo investimento rondava os 200 milhões de euros e criaria três mil postos de trabalho direto.
Hoje e em entrevista exclusiva à agência Lusa, o responsável pela expansão do IKEA em Portugal, António Machado, veio confirmar a intenção de construir a loja no Algarve e que a sua localização era "junto ao nó Loulé/Faro".
A associação ambientalista Quercus acusou em janeiro deste ano o gigante imobiliário Ikea de pretender construir a loja no Algarve em solos classificados como Reserva Agrícola Nacional (RAN) e pedia à CCDR/Algarve para "defender o ordenamento do território".
António Machado defende que o terreno escolhido pelo IKEA "não tem qualquer problema ambiental importante".
"Estamos na fase inicial do projeto, hoje escolhemos a nossa localização para o nosso investimento que será muito perto do nó Loulé/Faro. Esta localização foi escolhida por ser a mais adequada para o projeto em termos de acessibilidades, visibilidade e também no que diz respeito aos critérios definidos pela autarquia e pela CCDR/Algarve", acrescentou.
A loja IKEA no Algarve "é muito importante para nós porque vai cobrir toda a zona do baixo Alentejo, o Algarve evidentemente e as pessoas que vivem na zona fronteiriça, porque a loja mais perto do Algarve é em Sevilha", explicou.
A área de construção do projeto será em cerca de 120 mil metros quadrados, mas o grupo sueco já adquiriu 40 hectares de terreno no concelho de Loulé para instalar a loja e o centro comercial, que oferecerá várias experiências como divertimento, restauração, cinema, acrescentou o responsável.
Também em Loulé, mas no eixo Loulé/Quarteira, está equacionado um projeto da Auchan, denominado "Alegro Algarve", representando um investimento de 400 milhões de investimento e quatro mil postos de trabalho direto numa área total de 40 hectares.
Em tempos de crise global parece que o investimento em áreas comerciais no Algarve está cada vez mais entronizado, mesmo que com alguns avisos alarmantes vindos dos recentes centros comerciais instalados em Olhão e Tavira...
Com o turismo algarvio em queda e sem sinal de melhoras no presente, registando-se uma perda de cerca de 3 milhões de dormidas nos últimos 10 anos, é certo que os espaços comerciais desta envergadura irão tentar atrair ainda mais os clientes residentes ou de zonas limítrofes do Algarve, desgastando ainda mais a posição já de si debilitada do Comércio Local no cenário actual.
No caso particular do IKEA, e sabendo-se que esta intenção já vinha de muito longe, apenas subsistia a dúvida da sua localização exacta, que neste caso será numa zona limítrofe do Concelho de Faro, junto ao nó da A22 Faro/Loulé, pertinho do Parque das Cidades, tenho a opinião de que o mesmo deveria ser construído, para beneficio de Faro, o mais perto possível da Cidade uma vez que o avanço do projecto IKEA parece efectivo e irreversível na Região. Tudo isto não invalida que discorde desta "invasão" desenfreada de grandes superfícies na Região, mas estou em crer que desta forma poderemos estar perto do nascimento dum grande polo empresarial, comercial, lazer e social junto ao nó Faro/Loulé, criando novas centralidades e atraindo mais investimento junto do Parque das Cidades, rentabilizando desta forma o investimento depositado naquela área.
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