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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Trabalhadores da Alicoop acusam administrador judicial de apressar fecho da empresa

Os trabalhadores da Cooperativa de Produtos Alimentares (Alicoop), de Silves, exigiram hoje “maior transparência” no funcionamento da comissão de credores, e acusam o administrador judicial de tentar “apressar” o encerramento da empresa em processo de insolvência.

Os cerca de 500 trabalhadores reuniram-se hoje na sede da empresa em Silves, e manifestaram-se dispostos “a desenvolver todas as ações de luta” que possam viabilizar a empresa e assegurar os postos de trabalho.

Na moção aprovada no encontro convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), os trabalhadores da Alicoop exigem que a comissão de credores “funcione pelas regras legais a que está obrigada, decida em tempo oportuno e elabore as atas das reuniões”.

Para os trabalhadores, o comportamento do administrador judicial também “suscita dúvidas”, porque, por um lado, defende o plano de viabilização apresentado no Tribunal de Silves e, por outro, "mete paus na engrenagem, e tenta apressar o encerramento da empresa com pretexto da defesa da massa falida”.

Segundo a moção, “houve tentativas de forçar a demissão da administração que ficaram de ser feitas pelo administrador judicial, bem como contra a retirada do Plano de Insolvência apresentado no Tribunal de Silves, elaborado pela Deloite, com a participação de alguns credores que prevê as condições e prazos para a viabilização da empresa”.

No encontro, o presidente do CESP apresentou os últimos desenvolvimentos do processo de insolvência, e revelou que as posições expressas na última reunião da Comissão de Credores, “mostram que alguns membros nomeadamente, a Caixa Geral de Depósitos (CGD), apostam tudo no fecho da empresa e na venda ao desbarato de algumas lojas”.

“Tentam com isso minimizar as suas graves responsabilidades na perda de 500 postos de trabalho e dos créditos dos fornecedores e banca, no montante de 80 milhões de euros”, observou Manuel Guerreiro.

Segundo o presidente do sindicato, os trabalhadores apostaram no projeto de insolvência elaborado “a peso de ouro” pela Deloite, por sugestão da CGD e BCP, que garantia a “viabilidade e o pagamento dos créditos a todos”, num prazo inferior a 20 anos, com um investimento inicial de cerca de cinco milhões de euros, e aprovado pela generalidade dos credores.

Contudo, acrescentou, na reunião da comissão de credores, tinha sido solicitado à administração, a apresentação dum plano para a abertura das lojas e a retoma imediata da actividade, mas o “plano foi apresentado e não obteve resposta”.

Para Manuel Guerreiro, “percebe-se agora que nos bastidores eram desenvolvidos contactos destinados a inviabilizar a reabertura do Grupo Alicoop e a abrir caminho para a reentrada em cena da GCT - Distribuição Alimentar, S.A., e do seu famoso projeto de adquirir algumas lojas ao desbarato”.

Depois de ouvirem as explicações do CESP, os trabalhadores decidiram manter a luta contra o encerramento das lojas e contra o bloqueamento e falta de pagamento das rendas, com a consequente perda de direitos, que consideram “ser feita com a passividade dos bancos credores e do administrador judicial”.

Os trabalhadores exigem da comissão de credores uma decisão sobre o pagamento das rendas e a compra de produtos para as lojas abertas que assegure a sua continuidade, e defendem a aprovação do plano de insolvência e a sua apresentação à Assembleia de Credores para ser aprovado e posto em execução.

Ficou ainda decidido no encontro, solicitar reuniões à Presidência da República, ao primeiro ministro, ministros da Economia e do Trabalho, grupos parlamentares e aos membros da comissão de credores, ao mesmo tempo que ameaçam com “ações de luta adequadas e necessárias à execução dos objetivos”.

In Barlavento Online
Ao que me dissseram nos últimos dias, parece que há trabalhares do Alisuper que à anos atrás avalizaram empréstimos para poder dar mais um balão de óxigénio ao Grupo, sob a garantia que tudo estava controlado essa injecção apenas serviria para uma gestão mais desafogada de empresa. Agora, perante o cenário de falência poderão ficar com um "fardo" financeiro por muitos anos para além do emprego perdido ingloriamente... Mas mais incrivel que isto é saber-se que falência desta empresa alimentar parece também explicar-se pelo desvio de verbas para salvar outros investimentos no seio mesmo Grupo...

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