O Farense averbou na tarde deste sábado, a primeira derrota forasteira da época, num jogo que já antevíamos muito difícil para equipa da capital algarvia, e que a afasta agora do líder Lusitano de Vila Real de Santo António, vitorioso em Salir por 1-4. Armação de Pêra recebeu porventura o mais mediático jogo de sempre da sua história, num pelado em muito más condições, com imensas covas, prejudicando a qualidade de jogo das duas equipas, mas em especial do Farense, que dispondo de unidades mais dotadas tecnicamente viu essa vertente não ser aproveitada correctamente, nunca se adaptando ao terreno. Consequentemente os mecanismos de jogo do Farense nunca foram postos em prática e poucas foram as jogadas em bola corrida que criaram perigo à baliza de Palminha. Por seu turno o Armacenenses, muito mais tarimbado, nestas andanças, pois faz deste degradado campo a sua casa durante a época, soube da melhor forma adaptar-se ao mesmo e contrariar o Farense nas suas investidas, procurando em lances rápidos criar perigo, mas sempre jogando na expectativa.
Podemos dizer que na primeira parte muito poucas foram as jogadas perigosas com destaque para um remate cruzado de Brasa aos 7 minutos, não traduzindo o domínio territorial que o Farense teve, embora com uma fraca qualidade de jogo.
Perante um campo em condições tão degradadas, o Farense não teve outra hipótese senão de jogar num futebol directo, com a bola a ser jogada muitas vezes pelo ar, futebol nada agradável à vista, confuso e rápido, provocando maior desgaste físico aos jogadores.
Na segunda parte o Farense voltou com uma disposição mais atacante e logo aos 55 minutos, Brasa numa das raras vezes que algum jogador apareceu solto na área perdeu um pouco de tempo no domínio da bola, e viu essa excelente hipótese ser evitada por um adversário. O Farense criava essencialmente perigo em lances de bola parada, exemplo disso um cabeceamento perigoso de Bruno, aos 59 minutos, à figura do guarda-redes Palminha. Ainda aos 64 minutos outro lance perigosíssimo com um defesa de Armação de Pêra a tirar a bola na linha de golo. Parecia que o golo do Farense estava iminente, pois apesar de o futebol não ser bonito, o Armacenenses esporadicamente se assomava ao meio campo adversário, mas o futebol é cruel e o minuto 73 haveria de ser fatal para as aspirações do Farense na partida. Carlos Costa optaria por tirar Brasa, aquele que por muitos é considerado o melhor jogador do Farense, colocando Rui Loja na esquerda com o intuito de intensificar os cruzamentos para a área. Só que seria nesse preciso minuto, precisamente após a substituição, que o Armaceneses chegaria ao golo num livre em que Costa nos parece mal batido. Se a tarefa já estava difícil, mais difícil se tornou após o golo azul, pois a equipa do Barlavento fechou com sete chaves os caminhos da sua baliza, mostrando uma grande coordenação defensiva e cortando muitas vezes o ritmo de jogo com paragens desnecessárias muito por culpa do guarda redes Palminha. O Farense não tinha mesmo nada a perder e continuou a carregar, nem sempre da melhor maneira, dispondo de mais três ou quatro jogadas perigosas com destaque para um cabeçada de Né com a bola a embater no travessão, já muito perto do termo da partida. O jogo terminaria logo a seguir para festa dos locais que aproveitaram a oportunidade para reinvindincar justamente um novo parque desportivo, conforme tarja mostrada junto aos bancos.
O resultado acaba por premiar a equipa de Armação de Pêra que fez o seu jogo e marcou um golo, defendendo o resultado até á exaustão, contracenando com um Farense inadaptado ao terreno e que nunca conseguiu concretizar as várias ocasiões desperdiçadas, não dando sequência ao domínio territorial durante o jogo. Arbitragem de medíocre qualidade.
Ficha de Jogo: Campo das Gaivotas (Armação de Pêra),
15 horas, 02/02/2008
Assistência: 650 espectadores
Armacenenses 1-0 Farense
(73mn, Livre descaído para a esquerda junto ao limite da área do Farense, com Santiago a rematar rasteiro e a fazer o único golo da partida)
Farense: Costa; Amilcar, Né, Wilson, Caras; Barão (Calquinhas, 81mn), Ricardo (Arlindo 45mn), Túlio, Brasa (Rui Loja 73mn); Edinho, Bruno. Treinador: Carlos Costa
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