Powered By Blogger

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Farense treme mas mantêm liderança

Nem uma tarde chuvosa e algo ventosa afastou os amantes do futebol de mais uma jornada do Distritalão, pois mesmo de pé em condições pouco agradáveis deslocaram-se em bom número ao Campo Sousa Uva na vila de S. Brás de Alportel. Frente a frente estavam duas equipas com ambições distintas na tabela, mas mais que nunca ambas precisavam de demonstrar a si mesmas o crescendo de forma desejável, tendo em conta a trajectória das mesmas. E se o Farense visitava S. Brás como líder, isso não era de todo sinal de qualquer garantia pois sob o comando de Jorge Portela, nos dois últimos jogos as exibições não haviam sido convincentes, e aguardava um embate difícil perante uma moralizada equipa do Sambrazense, agora treinada por Vitinha, e que têm vindo a recuperar posições após a saída de Miguel Fernandes. O jogo iniciava-se então no Sousa Uva, campo algo curto, mas num relvado natural em razoáveis condições, com o Farense a entrar bastante bem e logo a desperdiçar uma bela hipótese por Edinho, que logo na jogada imediata haveria de marcar na sequencia do canto. Augurava-se um jogo tranquilo para o Farense, tal foi a facilidade com que se impôs no meio campo nesses primeiros dez minutos, asfixiando as acções do Sambrazense, que tenuemente ia atacando mas sem incomodar Costa. Contudo a reacção dos homens de S. Brás aconteceu ao desenlear-se do meio campo do Farense, e começou a criar perigo em jogadas rápidas e onde não hesitava em rematar de longe, criando dificuldades inesperadas ao Farense, que não esperaria reacção tão pronta naquele momento. Foi com alguma justiça que Garrana, empatou a partida num grande golo em qualquer estádio do mundo, golo que não seria comemorado pelo ex-jogador do Farense, em claro sinal de respeito pelos Leões de Faro. E foi de repente que o Sambrazense se adiantou no marcador, aproveitando alguma desorientação da equipa de Faro, pois em quinze minutos sofreria três golos, um por Igor e outro num penalty algo escusado ao qual Marcelo converteu. Para muitos dos que observavam a partida, era com espanto que viam o líder cair ao tapete duma maneira tão fácil, resultado dum futebol pouco articulado, algo confuso, onde só as desmarcações de Edinho ou Bruno e algumas bolas jogadas pelo ar, criavam perigo. A partida ganhava então um interesse ainda maior, pois todos procuravam saber como reagiria o Farense à primeira vez esta época que se apanhava a perder por duas bolas. A garra da equipa de Faro, aliada à ansiedade bem patente nos seus jogadores não era sinónimo de bom futebol, mas foi num livre que Edinho reduziria a diferença ainda antes do intervalo, reavivando a chama do Farense para o segundo tempo.
Na segunda parte o Farense entraria determinado mas enfrentaria uma equipa do Sambrazense muito organizada e bem fisicamente que dificultou imenso a tarefa dos Leões de Faro. Destaque para uma perdida incrível de Edinho que completamente isolado e à sua mercê, falhou um golo que parecia certo e deixaria o Farense com mais de meia hora para dar a cambalhota no marcador. Jogando um futebol ofensivo, em que até os laterais Amílcar o Caras já se entregavam ao ataque procurando empurrar ainda mais o Sambrazense para a sua área, o Farense foi incapaz de jogar um futebol bonito, usando e abusando dos lançamentos longos de Túlio Benje mas ainda assim teve ocasiões para marcar, e pode-se também queixar de dois lances muito duvidosos dentro da área do Sambrazense que passaram em claro na arbitragem de José Lamy, que esteve também mal no capitulo disciplinar. Num dos lances parece-nos que Edinho é tocado na área, enquanto noutro é evidente o empurrão a Brasa. Com o aproximar do final da partida, alguma descrença ia-se apoderando dos adeptos farenses, que viram uma oferta de Rony ao jogar a bola com a mão na sua área, dar de bandeja a hipótese de Edinho empatar a partida, situação que este não desperdiçou. Alcançado o empate a cerca de 8/9 minutos do fim mais descontos, esperava-se que o Farense aproveita-se esta boa onda e chegasse mesmo à vitória, mas seria o Sambrazense a puxar novamente do galões e a assumir o jogo criando ainda uma ou outra situação de algum embaraço. Para um simples farense como eu, vêm-me logo à lembrança as palavras de António Barão, que explicou a saída de Carlos Costa, com a incapacidade de reagir em momentos chave do jogo. Ora se Carlos Costa, que só saiu vitorioso em Alvor, Lagos ou mesmo Salir ou Horta da Areia (Faro), então como explicar a incapacidade do Farense assumir a parte final dum jogo, em que estaria melhor psicologicamente que o adversário nessa fase de jogo, actual décimo classificado da tabela, num razoável relvado e com o apoio incondicional da sua massa associativa, submetendo-se a sair derrotado depois duma boa recuperação??

Ficha de Jogo: Campo Sousa Uva (S. Brás de Alportel),
15 horas, 23/02/2008
Assistência: 450 espectadores
Sambrazense 3-3 Farense

(4mn, por Edinho na sequencia duma bola jogada por Bruno que remata para perto da linha de golo e Edinho confirma o tento)

(17mn, por Garrana Livre descaído para a direita junto ao limite da área do Farense, com a bola a contornar a barreira e a alojar-se dentro das redes de Faro num belo golo do jovem ex. Farense )
(21mn, por Igor num remate frontal na cabeça da área com a bola a entrar junto ao poste)
(32mn, por Marcelo na conversão duma grande penalidade)
(37mn, por Edinho, na sequencia de um livre para a área, a aparecer Edinho de cabeça e marcar o golo da esperança )
(82mn, por Edinho, falta de Rony que jogou infantilmente a bola com a mão na sua grande área e na marcação Edinho, desfere um violento pontapé ao centro da baliza, enquanto Jorge Abreu se havia jogado para a sua direita)

Farense: Costa; Amilcar, Né, Wilson (Calquinhas 77mn), Caras; Barão, Ricardo (Arlindo 45mn), Túlio, Roque (Brasa 29mn); Edinho, Bruno. Treinador: Jorge Portela

Sem comentários: