Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável
Bob Geldof acusa dirigentes de Angola de serem criminosos
06.05.2008 - 16h02 Lusa, PÚBLICO
O músico e activista Bob Geldof afirmou hoje em Lisboa que Angola é um país “gerido por criminosos”, palavras que levaram o embaixador angolano na capital portuguesa a abandonar a sala. Bob Geldof, nascido na Irlanda e que começou a carreira como jornalista musical, falava esta manhã no Hotel Pestana Palace, na conferência sobre Desenvolvimento Sustentável organizada pelo Banco Espírito Santo e pelo jornal “Expresso”, dedicando uma intervenção de cerca de vinte minutos ao tema “Fazer a diferença”, no fim da qual o embaixador angolano, Assunção dos Anjos, abandonou a sala.Quando se referia às relações históricas e culturais de Portugal com o continente africano (“vocês serão uma voz importante no século XXI”, disse para a assistência), Bob Geldof fez uma pausa e virou o discurso para Angola.“Angola é gerida por criminosos”, acusou o organizador do Live Aid e do Live 8, que antes foi também um músico bem sucedido. “As casas mais ricas do mundo do mundo estão na baía de Luanda, são mais caras do que em Chelsea e Park Lane”, apontou, estabelecendo como comparação estes dois bairros luxuosos da capital inglesa.“Angola tem potencial para ser um dos países mais ricos do mundo”, frisou Geldof, considerando que aquele país africano tem, designadamente, potencial para “influenciar as decisões da China”.Relativamente a Portugal, o músico irlandês considerou que o país deve ser um parceiro de Angola devido ao seu passado, e acrescentou que tanto Portugal como Espanha e Itália “serão os primeiros [países europeus] a sofrer o impacto de qualquer problema em África”.E Portugal deveria ter especial interesse em promover o “desenvolvimento em África”, já que tem “uma economia muito vulnerável, uma economia que depende do clima e está paredes-meias com África”, salientou.“Estamos (os cidadãos europeus) a 12 quilómetros de África”, disse Geldof antes de questionar “Como podemos não nos questionar?”. Para Bob Geldof, através da capacidade de acção em África, a voz de Portugal pode ser “decisiva na Europa, que por sua vez é ouvida no mundo”.Bob Geldof reuniu em 1985 a elite do rock para tocar num concerto transmitido para mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo, o Live Aid. Antes, em 1984 tinha reunido várias estrelas no single “Do They Know It's Christmas?”, que angariou verbas para o combate à fome que então devastava a Etiópia. Em 2005, os concentos Live 8 tiveram lugar em Londres, Paris, Filadélfia,Roma e Berlim.A assistir ao discurso de Geldof hoje de manhã em Lisboa estavam dezenas de pessoas, entre as quais os embaixadores do Reino Unido, da Irlanda, de Marrocos, da Argélia e de Angola, que abandonou o local após as suas palavras e antes do fim de todas as intervenções da conferência e do almoço que se seguiu.
Bob Geldof acusa dirigentes de Angola de serem criminosos
06.05.2008 - 16h02 Lusa, PÚBLICO
O músico e activista Bob Geldof afirmou hoje em Lisboa que Angola é um país “gerido por criminosos”, palavras que levaram o embaixador angolano na capital portuguesa a abandonar a sala. Bob Geldof, nascido na Irlanda e que começou a carreira como jornalista musical, falava esta manhã no Hotel Pestana Palace, na conferência sobre Desenvolvimento Sustentável organizada pelo Banco Espírito Santo e pelo jornal “Expresso”, dedicando uma intervenção de cerca de vinte minutos ao tema “Fazer a diferença”, no fim da qual o embaixador angolano, Assunção dos Anjos, abandonou a sala.Quando se referia às relações históricas e culturais de Portugal com o continente africano (“vocês serão uma voz importante no século XXI”, disse para a assistência), Bob Geldof fez uma pausa e virou o discurso para Angola.“Angola é gerida por criminosos”, acusou o organizador do Live Aid e do Live 8, que antes foi também um músico bem sucedido. “As casas mais ricas do mundo do mundo estão na baía de Luanda, são mais caras do que em Chelsea e Park Lane”, apontou, estabelecendo como comparação estes dois bairros luxuosos da capital inglesa.“Angola tem potencial para ser um dos países mais ricos do mundo”, frisou Geldof, considerando que aquele país africano tem, designadamente, potencial para “influenciar as decisões da China”.Relativamente a Portugal, o músico irlandês considerou que o país deve ser um parceiro de Angola devido ao seu passado, e acrescentou que tanto Portugal como Espanha e Itália “serão os primeiros [países europeus] a sofrer o impacto de qualquer problema em África”.E Portugal deveria ter especial interesse em promover o “desenvolvimento em África”, já que tem “uma economia muito vulnerável, uma economia que depende do clima e está paredes-meias com África”, salientou.“Estamos (os cidadãos europeus) a 12 quilómetros de África”, disse Geldof antes de questionar “Como podemos não nos questionar?”. Para Bob Geldof, através da capacidade de acção em África, a voz de Portugal pode ser “decisiva na Europa, que por sua vez é ouvida no mundo”.Bob Geldof reuniu em 1985 a elite do rock para tocar num concerto transmitido para mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo, o Live Aid. Antes, em 1984 tinha reunido várias estrelas no single “Do They Know It's Christmas?”, que angariou verbas para o combate à fome que então devastava a Etiópia. Em 2005, os concentos Live 8 tiveram lugar em Londres, Paris, Filadélfia,Roma e Berlim.A assistir ao discurso de Geldof hoje de manhã em Lisboa estavam dezenas de pessoas, entre as quais os embaixadores do Reino Unido, da Irlanda, de Marrocos, da Argélia e de Angola, que abandonou o local após as suas palavras e antes do fim de todas as intervenções da conferência e do almoço que se seguiu.
In Público
As palavras de Bob Geldof são subscritas por mim na totalidade... Os laços familiares que me unem a Angola, permitem conhecer melhor a realidade da ex-colónia portuguesa e condenar veementemente todos os "criminosos" que governam aquele país, deixando 95% da população a viver na miséria. Diamantes, reservas de petróleo, ouro, cobre, ferro, magnésio, terra muito fértil para cultivo, imenso potencial turístico, grandes rios (para energia eléctrica), podiam proporcionar ao povo angolano uma vida melhor, mas há muita gente que não quer isso... A começar pelos Estados Unidos e Rússia... Mas isso são contas doutro rosário...
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