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quarta-feira, 14 de maio de 2008

Faro vai ter mais 3 médias superfícies comerciais

UM PÃO DE AÇUCAR NO MERCADO MUNICIPAL - 14.05.08

Anunciou hoje o presidente da Câmara Municipal de Faro, José Apolinário, ao explicar que, a juntar à abertura de um “Pão de Açúcar, com uma área de 1499 m2, em Setembro próximo, no Piso-1 do Mercado Municipal", para “atacar o problema financeiro” da empresa Mercado Municipal de Faro (MMF) e chamar mais pessoas ao Mercado, “vão abrir mais duas médias superfícies: um Pingo Doce de 1250 metros quadrados, no Montenegro, e um ALDI de mil metros quadrados, no Vale da Amoreira.
O edil reconheceu que “não são decisões fáceis, nem agradam a todos”, mas, segundo Apolinário, “a diferença entre custos, muito elevados, e as receitas é fortemente negativa -.33 para 8 mil euros mensais”, já que a exploração do mercado municipal, em 2007, registou um “resultado negativo de cerca de um milhão de euros”, entre um passivo que ronda os 12 milhões de euros. Perante números tão abismais, ciente que “as receitas mensais nem dão para pagar os juros dos empréstimos” e e que a “autarquia terá de garantir a sustentação do funcionamento do mercado, através da angariação de 400.000 a 600.000 euros/ano, até 2023, num total de 8,6 milhões de euros”, porque os diversos concursos lançados para ocupação do piso-1, onde se vai instalar o Pão de Açúcar ficaram sem resposta, José Apolinário avançou com a engenharia financeira: ”A Loja do Cidadão realizará todas as obras no 2º. piso destinadas às suas instalações e contribuirá com uma renda mensal de 12 mil euros, enquanto o Pão de Açúcar, além de empregar cerca de 50 funcionários, avançará com 500 mil euros, mais 230 mil euros para o PT da energia eléctrica, metade do custo das escadas rolantes a instalar, estimado em cerca de 600 mil euros, e pagará 20 mil euros de renda mensal”. Desta forma o autarca pretende juntar o útil ao agradável – ganha no “equilíbrio das contas da empresa Mercado Municipal de Faro” e conta cativar a afluência de “mais de 3000 pessoas/dia ao mercado, que terá um “efeito âncora para o Mercado e, em consequência, com ganhos para a baixa da cidade”, pela proximidade entre os dois locais. Afirmando-se conhecedor de “experiências idênticas nos mercados de Alvalade, Bragança e em Espanha”, José Apolinário não receia as eventuais consequências da concorrência entre a média superfície e os operadores tradicionais, já que, sublinhou o edil, “o sistema de comercialização no Pão de Açúcar não é o mesmo de um mercado”, recordando ainda que “haverá clientes para todos entre os mais de 3 mil visitantes diários que são esperados quando a Loja do Cidadão também estiver em funcionamento”. Outra novidade será a “possibilidade dos operadores tradicionais do mercado passarem a usufruir da central de compras do Pão de Açúcar, embora seja uma situação ainda estudar”, salientou o presidente de Câmara, revelando igualmente “o estudo para que o Mercado passe a abrir durante a tarde, das 17:00 às 20:00 horas”.Ainda para minimizar a concorrência entre um grande e os pequenos, o autarca garantiu igualmente a sua intenção de “modernizar os espaços dos operadores do Mercado”. Por outro lado, porque o edil tem a firme convicção que “é necessário trazer mais comércio para o centro da cidade”, José Apolinário desvendou que, “na baixa de Faro, a loja de roupa Pull & Bear vai sofrer uma ampliação e está planeada a abertura de um espaço comercial da cadeia de perfumes 5ª Essência”.
Desde que vi o projecto do MMF, pressenti logo que estávamos perante um projecto megalómano e que embora necessário, não necessitava de ser tão dispendioso em termos financeiros, conjugando no seu todo 4 pisos e possibilidade de instalação de muitos espaços comerciais contíguos ao tradicional mercado. A prova maior desta minha ideia é agora o Executivo de José Apolinário, assumir que o projecto do Executivo de Luís Coelho, esta a ter um milhão de euros de prejuízo ao ano, em consequência da arrojada ideia de fazer um edifício com tantas valências, mas que na grande parte ainda não estão estão ocupadas. Só que o problema é que para remediar essa "desocupação", a Câmara vê-se "obrigada" a por na mesma casa, duas entidades que não ligam entre si: o Comércio Tradicional e um Espaço Comercial dum grande grupo económico... Fica para vossa reflexão se isto vai resultar ou não...

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