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terça-feira, 13 de maio de 2008

South Side Boys - A verdadeira história (Parte 1)

14 anos de história festejados em 4 de Maio, muito se falou e muito se fala em torno dos South side, acerca da sua simbologia, acerca da sua mentalidade, acerca da sua postura, coisas boas, coisas más, muitas verdades, muitas mentiras...Neste texto redigido por um grupo de amigos, uns fundadores e outros que desde da sua fundação muito deram a este grupo, foi publicado na zine de "Especial aniversário" e para além de servir de homenagem a esta família a que orgulhosamente pertenço espero que possa elucidar um pouco certas mentes preconceituosas. HONRA AOS SOUTH SIDE!! 1994 - 2008

A verdadeira história SS
Sentado com um grupo de amigos que fielmente se acompanham há 14 anos, tentando transcrever a história dos South Side para uma folha há muito em branco, as memórias são muitas e cada vez mais, à medida que as mesmas vão despoletando, mais mil há muito esquecidas, atropelando-se para ficar numa folha cada vez mais pequena para uma história tão rica.Quem diria, 14 anos passaram, as botas da tropa já nem se encontram no armário, os blusões de bombeiro há muito deixaram de ser fashion e as famosas DT pelas quais nos fazíamos transportar já são consideradas relíquias, mas as cores e paixão que motivaram a nossa fundação como que um grito de revolta numa época de modas, tentando valorizar Faro e o que é de Faro, num panorama nacional, continua bem patente e cada vez mais forte.Ano de 1994. Faro mesmo sendo a capital do Algarve, era uma cidade pequena, ambiente familiar em que todos os grupos de diferentes estilos, mentalidades e ideologias, mantinham uma relação bastante próxima. Os South Side acabariam por ser o grande elo de ligação, marcando nas nossas memórias, essa época de uma forma bastante especial.

Era uma cidade apaixonada pelo futebol e pelo seu clube mais representativo, o S.C. FARENSE. E este foi o principal motivo para o nosso surgimento. Esta é a nossa história, relatada por quem a acompanha desde o início.Acompanhado por uma moda ultra recém chegada de Itália, mas que não nos era estranha de todo, pois já tinham existido no S. Luís vários grupos a apoiar o clube, se bem com outros estilos (Pujança Moura, Alma Algarvia; Demónio Brancos), os South Side começaram a sua vida na época de 94/95 na 5ª jornada, frente ao Braga. No jogo inaugural cerca de 100 adeptos abriram tochas, potes de fumo e extintores que, em associação com balões, originaram nova cor no topo sul do S. Luís, apresentando à massa farense o significado da palavra coreografia.

Na primeira deslocação, um autocarro e uma carrinha fizeram-se à estrada rumo a Setúbal. Seria uma deslocação que viria a marcar o perfil da claque em invasões futuras: muito estrilho, confrontos com os locais e o autocarro praticamente destruído pelos próprios SS. Atitudes que custaram um dos poucos patrocínios obtidos pela claque (parque aquático e discoteca H2O). Com a polémica instaurada, a direcção do grupo sofre uma razia, ficando dois directores a conduzir o barco: André Pimpão e Paulo Castilho, de 16 e 17 anos respectivamente. A claque continuava já sem as faixas Hooligans e Ragazzi della Violencia, censuradas pela polícia. Os núcleos apareceram entre os quais os polémicos RAGAZZI SS e os ULTRA BOYS, onde se forma o perfil do carismático João Galrito. Aumentam as finanças da claque e por conseguinte o material e a independência do grupo. Aparece a SS Zine e a primeira sede, localizada debaixo do antigo peão e que possibilitava a sua utilização permanente. Espaço mítico onde se pintaram as primeiras faixas, se realizaram os primeiros convívios, chegando inclusivamente a servir de sala de ensaio para bandas.

Nos jogos no S. Luís já se tornava habitual ver cerca de 200 sócios SS na bancada, no entanto a mentalidade ainda não se encontrava bem implantada, sendo exemplo disso o tutti-frutti que vigorava nas cachecoladas.Os pontos altos eram os jogos em casa contra “os grandes”, em que se realizavam coreografias consideradas, por quem seguia, entre as melhores do país. De elevado custo económico, só eram possíveis de executar graças às boas finanças do grupo. Frente ao Benfica uma cascata de rolos choveu da bancada SS, incendiando-se de seguida, fornecendo um belo efeito, numa vitória memorável do Farense por 4-1.Contra o Boavista dois panos gigantes cobriram o topo Sul do S. Luís. Ao receber o Porto, e com o historial dos anos anteriores, assistiram-se a violentos confrontos envolvendo SS e SD, originando vários feridos e de novo a claque como tema de conversa entre as gentes de Faro.

Neste jogo a bancada SS lotou com cerca de 500 elementos, que apresentaram um belo show pirotécnico. A direcção do grupo convoca 12 colaboradores que usando braçadeiras na bancada, ajudam na organização da vida da claque. (...) Continua...

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