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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Direcção do Farense lançou "operação de charme" para vender o Estádio

Estamos altamente esperançados na venda. Não estivemos parados: temos mostrado o produto a várias entidades, portuguesas e estrangeiras, de todo e qualquer tipo”, disse hoje à Agência Lusa o presidente da direcção do clube, Gomes Ferreira.
Em causa estão cerca de 35.000 metros quadrados de construção aprovada pela Câmara Municipal de Faro – 29.700 metros quadrados (m2) para habitação e 5.000 m2 para comércio, serviços e lazer –, além dos 27.000 m2 de estacionamento subterrâneo.
O valor base de 14 milhões de euros foi definido tendo em conta "a área de construção e os preços médios de venda por metro quadrado", disse Gomes Ferreira.
A venda do Estádio de São Luís, em Faro, é "a única opção" para que o clube possa apagar o passado, "limpando o passivo, que ronda os dez milhões de euros, e ficando com uma verba que lhe permita começar de novo".
"Não havia outra opção. Que tem mais o Farense que pudesse colocar à venda?", questionou o responsável, que integra a comissão de venda do recinto mandatada pelos sócios do clube.
Apesar de o negócio ter sido aprovado em Março de 2007 pelos associados do Farense em Assembleia Geral, só um ano e meio depois é que o processo está em fase de conclusão.
A demora explica-se pela intransigência dos credores da Farense Futebol, SAD, que só em Junho último aprovaram a redução da dívida do clube para com a SAD, de 2,3 milhões para 500.000 euros.
Esse foi o último passo para a assinatura da acta final do Plano Extrajudicial de Conciliação (PEC), a qual está "prevista para início de Setembro", acrescentou Gomes Ferreira.
O Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI) é o instrumento que permite ao clube pagar as suas dívidas à Segurança Social e Fazenda Pública de forma faseada.
O acordo obriga, contudo, a que a primeira prestação seja saldada até ao final do mês seguinte à assinatura (neste caso, Outubro próximo), pelo que a venda do Estádio de São Luís terá de ser efectivada neste período.
A data de 08 de Setembro é o prazo definido para a recepção de propostas, que serão abertas nesse mesmo dia, com os eventuais investidores presentes.
A comissão de venda procederá a um leilão entre os que tiverem apresentado as três melhores propostas ou adjudicará à melhor oferta em carta fechada, caso não haja licitação.
"Esperamos que a venda não fique abaixo dos 14 milhões de euros e estamos convictos de que não ficará. Mas nos negócios tudo depende do momento", sustentou Gomes Ferreira.
O responsável lidera uma direcção que se tem mantido em funções mesmo tendo sido eleita para um mandato de dois anos em Julho de 2004, com a promessa de sair depois da venda do estádio.
"A direcção só está lá para resolver este assunto. Foi com ela que nasceu e é com ela que vai ser resolvido. Queremos deixar tudo em condições para que outros possam pegar no barco sem constrangimentos", concluiu o dirigente.
A venda do São Luís - ficam de pé o edifício-sede e o ginásio - tem provocado alguma amargura entre os sócios do clube, junto dos quais o rumor que corre é de que poderá nascer naquele espaço um centro comercial El Corte Inglés.
Em termos desportivos, o futebol sénior voltou ao clube há dois anos nos distritais e ascendeu esta época à III Divisão Nacional, com as ambições a passarem por nova subida: o regresso ao patamar maior do futebol nacional é a meta a longo prazo.

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