Se na primeira etapa do rally de Portugal, disputada ontem, o francês havia estado aquém dos esperado, mesmo que melhorando um pouco na parte da tarde, situação que havíamos vaticinado, seria hoje o dia do assalto para o homem da Citroen. Partia com 18 segundos de desvantagem para Hirvonen, mas hoje, invertendo-se a ordem de passagem na estrada, e também com outra disposição psicológica, Loeb ganhou os seis troços do dia, assumindo a liderança na primeira passagem por Almodôvar, onde depois na parte da tarde, daria novo recital, neste mesmo troço, porventura muito técnico, ganhando ao homem da Ford 11 segundos nos 27,18 kilómetros. Apesar de ultrapassado pelo pentacampeão francês, Hirvonen conseguiu estancar o perigo que vinha do outro piloto oficial da Citroen, o espanhol Dani Sordo, que esteve abaixo do nível exibido ontem, terminando o dia a 30 segundos de Hirvonen.
Logo cedo nos deslocámos para a primeira SS do dia, Santa Clara 1, onde naquela localidade, ainda muito cedo, perto das 8h30, já sentia o frenesim dum dia de WRCy ao fim de semana, quando o público tem maior disponibilidade para comparecer. Era evidente o aumento da presença de espectadores nos troços, quiçá o triplo de ontem, abundando o sotaque espanhol e nortenho pela pene-planície alentejana, com os espectadores, muitos deles já acampados nas imediações das zonas espectáculo, e instalando à roda das viaturas pequenas esplanadas, onde não faltava o grelhador para cozinhar a almoço. Como curiosidade, realçamos mesmo este facto das pessoas trazerem mais comida de casa, o que em cenário de crise é compreensível, isto para desespero dos habituais vendedores de roulotte, que tiveram o seu negócio condicionado.
Voltando à corrida, já não vimos passar no primeiro troço Marcus Gronholm que capotaria antes da ZE 2, deixando a luta pela vitória entregue aos três homens da frente, tendo a mesma sido assistida à distância pelo regular Peter Solberg, que com a viatura que têm, pouco poderia fazer, senão aguardar por algum azar para ascender ao pódio. Noutro patamar, Henning Solberg e Mathew Wilson, os dois pilotos da Stobart travaram duelo intenso pela quinta posição, onde o primeiro líder da prova, o sueco Solberg, tentou recuperar as perdas de ontem e de certa forma o conseguiu estando agora na sexta posição, mas a míseros nove décimos de Wilson. Isto porque a jovem promessa Sebastien Ogier da equipa júnior da Citroen também desistiu logo cedo e permitiu a ascensão destes dois pilotos. Também outra promessa da Citroen, o russo Novikov, de apenas 18 anos, teve uma saída de estrada e prejudicou o seu desempenho, embora mostrando bons pormenores nos locais de passagem onde estivemos.
Nota final para os portugueses, evidentemente para Armindo Araújo, que até nem iniciou bem o dia, perdendo a liderança em Santa Clara 1 para o sueco Patrick Flodin, que tripula um Subaru Impreza N14. Contudo, o piloto nortenho a competir no Mundial de Produção soube gerir bem a situação alternando com Flodin o domínio dos troços, até que o sueco capotou em Almodôvar 2, o 5.º troço do dia, deixando Armindo Araújo confortavelmente na liderança desta categoria, ocupando mesmo num honroso 13.º lugar da geral. Quanto ao Campeonato Nacional de Ralis (CPR), nesta etapa 2, que pontua em separado, Ricardo Teodósio até começou bem, mas a partir de Vascão 1 começou a perder fulgor, borrando mesmo a pintura, com uma saída de estrada e sendo ultrapassado nesta etapa por Vítor Pascoal, piloto do Peugeot 207 S200o privado, conservando contudo o lugar de melhor do CPR na geral dos dois dias, por apenas 9 segundos, prevendo-se amanhã um dia electrizante para estes dois pilotos na busca pelo título de melhor português na prova, à parte de Armindo Araújo, que pontua para o PWRC.
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