
A retirada das viaturas que costumavam ocupar os passeios da Avenida 5 de Outubro, em Faro, foi ordenada pela autarquia em meados de Abril, à qual se seguiu a colocação de pinos para impedir a passagem de viaturas.
A associação CFC, cujo principal rosto é um antigo presidente da Câmara de Faro, José Vitorino, acusa o atual executivo de não ter pedido parecer à Junta de Freguesia da Sé e de não conceder alternativas aos moradores.
Segundo aquele grupo de cidadãos, a construção de um parque de estacionamento naquela avenida em simultâneo com a proibição do estacionamento seria uma das promessas eleitorais do atual presidente, Macário Correia.
"Prometeram diálogo e participação e agora usam a prepotência", dizem os CFC em comunicado, acusando Macário Correia de estar a promover um "embuste eleitoral" por não cumprir o que teria sido prometido.
Em declarações à Lusa, Macário Correia optou por não se alongar em comentários, dizendo apenas que está a "cumprir a lei" e a dar seguimento a deliberações que já vinham do mandato anterior, liderado por José Apolinário.
Naquela artéria concentram-se diversos serviços - entre os quais o Tribunal de Faro e as Finanças -, o que, segundos os moradores, agrava o problema do estacionamento devido à grande afluência de pessoas.
Um morador queixou-se à Lusa de a decisão ter sido tomada pela Câmara de Faro "à revelia" dos residentes, que não foram convocados para nenhuma reunião nem ouvidos pela autarquia, o que está a gerar descontentamento.
"Sou a favor de que os passeios sejam para os peões, mas devia haver alternativas", reclama, sugerindo que sejam atribuídos alguns lugares de estacionamento autorizado aos residentes que não possuam garagem.
O mesmo morador acrescenta que essas pessoas poderiam ter acesso a um cartão de residente, já que alguns prédios daquela avenida não possuem garagem, estrutura cuja inclusão não era antes obrigatória nos edifícios.
Outra moradora com quem a Lusa falou concorda com a decisão da autarquia em retirar os carros dos passeios, uma vez que assim aquele espaço pode ser usado para andar de bicicleta, passear e mesmo para as crianças brincarem.
"Agora só falta colocarem bancos como havia antigamente para as pessoas poderem usufruir daquele espaço", diz, sublinhando que, como não usa o carro diariamente, não tem sentido os efeitos da proibição.
In Barlavento Online
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