
Está no fundo do mar, a cerca de 50 quilómetros da costa. De acordo com o especialista em energia Costa Silva, as reservas de gás natural no Algarve supriam as necessidades de 15 anos para Portugal.
António Costa Silva, presidente da Partex, acredita que o "off-shore" do Algarve é rico em gás natural e que os dois blocos que foram descobertos na zona podem assegurar as necessidades do país "entre 12 a 15 anos".
"Há uma tendência geológica, que vem do sul da Espanha, do Golfo de Cádiz, e que vai para o off-shore do Algarve, onde há alguns blocos que poderão ter algum potencial e, se existir gás ai, o potencial pode chegar a 20 vezes aquele que havia no sul de espanha, no campo de Poseidon, que foi explorado pela Repsol", afirmou o responsável da Partex, em entrevista à Agência Lusa.
António Costa Silva recorda que a petrolífera espanhola Repsol "ganhou o concurso para este dois blocos no sul do Algarve", a sudoeste do Cabo de São Vicente, mas não compreende que o contrato de exploração ainda não tenha sido assinado, "por manifesta inércia das autoridades ou por alguma preocupação da indústria do turismo do Algarve".
O presidente da Partex avança com a pressão do "lobby" do turismo para explicar o atraso no projeto, garantindo não existirem razões para preocupações de âmbito ambiental.
"Essas preocupações são aceitáveis, mas elas não colhem. Não há marés negras com o desenvolvimento de projetos de gás porque ele evapora quando chega à superfície. Além disso, na Espanha houve esse desenvolvimento, numa das costas mais turísticas da Espanha, e não houve problema nenhum", explica.
Para mais, lembra, as torres de extração estariam colocadas a "50 quilómetros da costa portuguesa", fora do alcance da vista turísticas e tendo em conta que a tecnologia para estas profundidades está provada, pelo "é um projeto que deve ser apoiado". In Expresso Online
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Em declarações à Lusa, o presidente do Turismo do Algarve, Nuno Aires, afirmou que não conhece, nem considera que haja algum "lobby" do Turismo que vá no sentido de travar a exploração de gás natural no Algarve.
"A única coisa que temos chamado a atenção, e continuaremos a chamar, é para o facto de que o Algarve é o principal destino turístico do país e tem uma elevada contribuição para o Produto Interno Bruto", observou Nuno Aires.
Nuno Aires não conhece nenhum estudo sobre se há alguma incompatibilidade entre a exploração de gás natural na costa algarvia e o turismo na região, mas admitiu que possa ser suscetível "desenvolver as duas atividades": turismo e exploração de gás natural.
Agora pergunto eu... Será que o investimento necessário, fazendo contas aos dividendos obtidos durante um produto que se esgotará em 15 anos, são suficientes para se colocar em risco a nossa mais valia turística, do ponto de vista ambiental?