O minuto de silêncio em memória do malogrado Mané, símbolo duma época dourada do nosso Clube, o qual foi respeitado religiosamente pelo público e no qual os jogadores farenses se associaram numa perfeita união junto do grande circulo, adivinhava uma exibição concentrada, briosa e profissional, como agradecimento ao grande Mané…
E se nós, esperávamos essa mesma atitude, cedo se percebeu que este jogo seria “mais do mesmo”, com um início de jogo lento e previsível por parte da equipa da casa.
Ao Farense, candidato assumido à promoção, ao defrontar o 12º classificado, exige-se muito mais, mas na verdade, começamos a ficar fartos d
esta atitude displicente com o qual são encaradas as partidas. A lentidão na transposição defesa-ataque, aliada à falta de dinâmica nos jogadores que não têm bola, apesar de repetitiva nestes jogos, é incompreensível, tanto mais que seria suposto o Farense aproveitar os treinos para corrigir o que de mal faz durante os jogos, mas passados 2 meses e meio de “reinado Ivo Soares”,
nunca as expectativas dos associados, adeptos e simpatizantes estiveram tão baixas, sendo expressado esse sentimento no final da partida, quando o empate já estava consumado, com a amostragem de lenços brancos, situação pouco vulgar nas hostes farenses, que até costumam ser pacientes e compreensivas para com o trabalho da equipa técnica e jogadores.
Quanto à partida, sabendo se que os primeiros 25 minutos foram equilibrados e enfadonhos, o sinal de mudança na partida seria mesmo dado pela equipa forasteira quando aos 26 enviou uma bola à trave da baliza de Costa. A partir daí, a equipa de Faro foi acordando um pouco e gradualmente foi se assumindo na partida, explorando essencialmente as bolas paradas e seria mesmo na sequência dum canto que o Farense beneficiaria dum penalty, (muito contestado pelas gentes de Quarteira) na sequencia dum suposto corte com a mão do n.º 23 quarteirense. Tal lance, ditaria a expulsão desse jogador e permitiria ao Farense jogar praticamente 60 minutos com uma unidade a mais em campo, situação que não seria aproveitada, à imagem do que também aconteceu com a grande penalidade que seria defendida pelo ex-farense Miguel Rebocho, após a cobrança de Della Pasqua. Não obstante, a jogar em superioridade, o Farense até imprimiu alguma velocidade no seu jogo e tentou explorar os espaços, mas seria mesmo o Quarteirense, no fechar da primeira parte a poder abrir o marcador na sequência de um ou dois lances de canto em que Costa se mostrou intranquilo, e pôs em perigo as suas redes.
O Farense entraria então para a segunda parte com duas alterações, tendo Ivo Soares promovido e entrada de duas unidades atacantes, Bruno e Everson, em detrimento de Hernâni e Edinho, jogadores que por razões diferentes estiveram abaixo do esperado na tarde de hoje. E, seria ainda com muitos espectadores a regressarem do intervalo, que o Farense marcaria o seu golo, na sequência duma incursão rápida pela esquerda, aparecendo Della Pasqua no coração da área a fazer o golo da festa farense.
Julgava o espectador que o Farense, a ganhar finalmente em casa, e em superioridade numérica podia então embalar para uma exibição consentânea com o seu prestígio incomparável no Algarve, alcançando assim a primeira vitória caseira e reaproximando-se dos lugares da frente. Não se pode dizer que o Farense tenha jogado mal nesse período até aos 75/80 minutos, pois apesar de o Quarteirense nunca ter virado a cara a luta e ter mesmo disposto de alguns lances perigosos, os Leões de Faro também mostravam alguma dinâmica, muito por culpa de Everson e Bruno. Este último, foi de facto uma agradável surpresa, pois o seu “peso” na área, tornou-o uma

referência para os colegas. Bruno teria mesmo a jogada mais clamorosa desse período ao ganhar posição perante um adversário e a chutar ao poste direito da baliza sul, para desespero dos adeptos de Faro, que tanto esperavam pelo golo do descanso. Mas, como tudo no futebol, o velho ditado veio ao de cima, e "quem não marca sofre"… O Quarteirense que tinha ameaçado, chegaria ao golo da igualdade num lance rápido em que Né faz falta na área, é expulso, tendo o n.º 7 Marquinho, carimbado de penalty o golo do empate. Com cerca de 7 minutos para jogar, o escândalo esteve perto de acontecer no Estádio Algarve, pois o
Farense desnorteou-se por completo, e o Quarteirense teve uma ou duas oportunidades de golo para fechar o marcador, perante um
adversário moribundo e com um treinador no banco completamente resignado e impotente para estabilizar a equipa em busca de algo mais do que terminar a partida com o “credo na boca”… Arbitragem contestada mas globalmente positiva.