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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Doze escolas primárias fecham no Algarve



As doze escolas básicas do 1º ciclo, com menos de 20 alunos, que deixarão de funcionar no Algarve no próximo ano letivo ficam situadas nos concelhos de Castro Marim, Faro, Lagos, Loulé, São Brás de Alportel, Silves e Tavira.

Segundo a lista publicada ontem no site oficial da Direção Regional de Educação do Algarve, fecharão portas as EB1 de Azinhal, de Junqueira (Castro Marim), de Medronhal (Faro), de Barão de São João (Lagos), de Almargens (São Brás de Alportel), de Santo Estevão nº 2, de Ribeira Alta (Silves), de Pinheiro-Livramento (Tavira), de Areeiro nº 2, de Goldra, de Poço Novo e a EB1 e Jardim de Infância de Clareanes (Loulé).

A medida tomada está enquadrada no Decreto Lei 75/2008, de 22 de Abril e na Resolução de Conselho de Ministros 44/2010, de 14 de Junho.

«Este reordenamento da rede escolar, que se encontra concluído desde 23 de Julho, tem como objetivo adaptar a rede à escolaridade obrigatória de 12 anos, assegurar a diversidade da oferta educativa, promover o sucesso escolar e combater o abandono», reforçou o Ministério da Educação em nota de imprensa.

Ou seja, para a tutela este reordenamento vai permitir «a integração das unidades orgânicas, permitindo o acompanhamento dos alunos, desde o pré-escolar ao 12º ano, o dimensionamento adequado de escolas, oferecendo uma educação adequada a todos os alunos e a todos os níveis educativos, incluindo o pré-escolar e a consagração de edifícios de qualidade, com recursos a que todos os alunos devem ter acesso».

O trabalho foi desenvolvido em estreita colaboração com as associações de pais e restante comunidade educativa, e com as autarquias, tendo em conta o que foi estabelecido nas cartas educativas aprovadas entre 2006 e 2008.

O Ministério da Educação, na mesma nota de imprensa afirmou «trata-se de um trabalho conjunto em prol da requalificação, reorganização e modernização da rede de escolas do 1.º ciclo do ensino básico, de uma estratégia política de desenvolvimento e de qualidade na educação».

Este processo permitiu, desde 2005, o encerramento de 2500 escolas de pequena dimensão, sem recursos adequados e onde as condições de ensino e de aprendizagem promovem insucesso e abandono escolares.

Tendo continuado este ano, a medida leva a que os alunos de 701 escolas do 1.º ciclo, a nível nacional, comecem o ano letivo 2010/2011 em centros escolares ou escolas dotadas de melhores condições de ensino e de aprendizagem.

Serão estabelecimentos de ensino com refeitório, biblioteca escolar e salas de informática, espaços para o ensino do inglês, da música e da prática desportiva e outros recursos promotores do sucesso escolar.

Com esta reorganização, as escolas do primeiro ciclo com menos de 20 alunos, na sua maioria com sala única onde o professor ensina ao mesmo tempo e na mesma sala alunos do 1.º ao 4.º ano, passam a ser uma excepção, prosseguindo o objetivo de garantir, a todos os alunos, igualdade de oportunidades no acesso a espaços educativos de qualidade.

«Todas as escolas envolvidas foram acompanhando o processo ao longo do tempo, dispondo desde longa data de toda a informação necessária para dar início ao novo ano letivo nas condições adequadas», concluí o Ministério da Educação.


Lista de Escolas do 1º Ciclo que fecham no Algarve:

EB1 de Azinhal - Castro Marim
EB1 de Junqueira - Castro Marim
EB1 de Medronhal - Faro
EB1 de Barão de São João - Lagos
EB1 de Almargens - São Brás de Alportel
EB1 de Santo Estevão nº 2 - Silves
EB1 de Ribeira Alta - Silves
EB1 de Pinheiro-Livramento - Tavira
EB1 de Areeiro nº 2 - Loulé
EB1 de Goldra - Loulé
EB1 de Poço Novo - Loulé
EB1/JI de Clareanes - Loulé


In Barlavento Online


Se por um lado se compreende que no Algarve a situação não tenha criado grandes ondas, parece-me como observador que esta decisão foi unilateral, dando lugar a contestação que têm o seu "quê" de justa.
Logo em primeiro lugar o timing não é o certo, a apenas três semanas e pouco do inicio do ano lectivo, o que nalgumas situações de maior dificuldade trará decerto dores de cabeça aos pais... Se eu fosse aluno do primeiro ciclo não queria estar na pele daqueles pobres meninos que se levantarão às 6 da manhã para apanhar um autocarro às 7 horas e depois se deslocará dezenas de quilómetros pelas serras trasmontanas ou beirãs, parando em todas as "capelinhas" para chegar ao seu destino lá para as 8.15 /8.20...

Era bom que os jornalistas deixassem as perguntas politicamente correctas e interpelassem a Sr.ª Ministra Isabel Alçada com casos concretos, estando a falar de crianças entre os 6 e 10 anos (porque no primeiro ciclo, o Governo já nem chumba ninguém...), que à tarde farão o mesmo trajecto, chegando a casa bem perto das 8 da noite. Eu só questiono se isto não é desumano e se no norte do país não deveria ser abordado um critério mais largo e considerar um número mínimo mais baixo, por forma a preservar as crianças de tão tenra idade?

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