Horas depois de ter ganho a prova, foi uma Tavira impaciente, com três mil pessoas na rua, que recebeu este domingo à noite a equipa do Palmeiras Resort/ Prio/ Tavira, saudando a terceira vitória consecutiva de Blanco ao serviço do clube algarvio na prova rainha do ciclismo nacional e a quarta em termos de recorde individual.
Na hora dos agradecimentos em palco, as palavras faltaram a um Blanco que mostrou ser mais tímido fora da bicicleta: «se não fosse pelo trabalho que está por detrás e que foi feito por toda a equipa, a Volta não vinha para Tavira», disse entre aplausos.
«Já sabem que a minha profissão é dar aos pedais, porque como speaker não ganhava muito», ironizou o ciclista galego ao serviço do Clube de Ciclismo de Tavira, não sem antes se mostrar surpreendido pelo banho de multidão. «Não imaginava que houvesse tanta gente em Tavira».
Já fora de palco, foram largos os minutos passados a distribuir autógrafos e a ser o alvo principal das muitas objetivas dos aficcionados do ciclismo tavirense.
Depois do banho de multidão e de champanhe, e em declarações ao barlavento.online, Blanco afirmou que, apesar de ter conquistado a camisola amarela muito cedo, nunca teve medo de a perder.
Com o peso das centenas de quilómetros nas pernas e depois de uma viagem de automóvel entre Lisboa e o Algarve, o corredor afirmou «ter dificuldade em pensar sobre a vitória», mas tem noção do que isso representou. «Ganhar até foi fácil», mas fazer história e igualar o palmarés de Marco Chagas «foi mais complicado».
Por essa razão, ontem mesmo David Blanco trocou algumas palavras com o até agora único ciclista a vencer por quatro vezes a Volta a Portugal.
E o que foi dito? «Brincámos sobre o facto de agora eu lhe ir retirar a estátua», revelou.
David Blanco venceu este domingo, em Lisboa, a sua quarta Volta a Portugal, a terceira ao serviço da equipa algarvia do Palmeiras Resort/Prio/Tavira.
Esta que foi a 10ª e última etapa, ligando Sintra a Lisboa, acabou por ser ganha, de forma algo controversa, pelo português Cândido Barbosa, também do Tavira.
Cândido cortou a meta em 2º lugar, ao ser ultrapassado nos últimos metros por Julien Simon, mas o Colégio de Comissários da Volta a Portugal desclassificou o ciclista francês, por sprint irregular, dando assim a vitória na tirada ao português.
David Blanco sagrou-se vencedor desta 72ª Volta a Portugal, terminando a prova com 37 segundos de vantagem sobre o seu mais direto perseguidor, o também espanhol David Bernabéu.
Blanco, de 35 anos, somou o triunfo nesta 72ª edição da Volta aos alcançados em 2006 (então ao serviço da equipa da Comunitat Valenciana), 2008 e 2009, igualando o recorde de Marco Chagas.
O ciclista espanhol da equipa algarvia ganhou também este ano a camisola verde da Montanha.
Por Filipa Antunes In Barlavento Online
Conforme prometido dissecamos nesta hora a 72ª Edição da Volta a Portugal em Bicicleta. Sem o brilho de outros anos, situação que não é alheia ao mau momento da modalidade em Portugal, fragilizada pelos escândalos de doping, pouca competitividade das equipas e do mau momento financeiro do país, aliado ao facto da ausência duma estrela portuguesa com cabedal para vencer a "Volta", acabou por ser com naturalidade que o espanhol David Blanco, de 35 anos, igualou o record de vitórias de Marco Chagas (4) e assim trouxe para o Algarve mais uma vitória.
Apesar de ser o favorito de grande parte dos analistas, David Blanco amparou-se na armada algarvia para construir o seu sucesso numa estratégia iniciada de longe por Vidal Fitas. Não é por acaso que "o Tavira" têm uma equipa tão homogénea, limada desde à alguns anos onde se destacam nomes como os de André Cardoso, Nelson Vitorino, Ricardo Mestre ou David Livramento, sem esquecer Luís Silva, Samuel Caldeira, Alexandro Marque e claro está, Cândido Barbosa...
Desta volta sobram para a equipa de Tavira três vitórias de etapa, duas de David Blanco e uma de Cândido Barbosa, ombreando com a Barbot Siper no protagonismo da corrida, embora com menos fulgor para os homens de Gaia. David Bernabeu foi um justo vencido da equipa gaiense aque se juntam dois prortugeuses em evidenciam Sérgio Ribeiro e também o homem da LA Paredes, Hernâni Broco.
Para o ano, espera-se que o panorama seja mais risonho, com a falada inclusão da equipa Liberty no pelotão nacional, enquanto por cá se espera que Loulé e Tavira, no mínimo segurem os seus valores e possam manter-se na elite do ciclismo nacional, em tempo de vacas magras...
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