Observamos o mapa dos percursos da Volta a Portugal 2010 e verificamos que um dos factores que cada vez mais afasta o interesse da prova é a sua tendência cada vez mais provinciana, concentrando-se o percurso no interior Norte... Como tudo na vida, o que manda muitas vezes na composição das etapas são os patrocínios angariados junto das autarquias locais, mas penso ser redutor apenas esse pensamento, pois ao afastar regiões com fortes tradições velocipédicas como o Algarve e Extremadura do traçado da prova está ao mesmo tempo a reduzir a importância da mesma, condicionanado cada vez mais a projecção do evento em edições futuras.
O Algarve, com duas das cinco equipas profissionais nacionais não podia nem devia ser esquecido, e desta forma prevejo uma edição da Volta a Portugal emotiva, mas sem o brilho e mediatismo de outros anos. O doping afastou as grandes equipas nacionais (Maia e Liberty Seguros) das competições, juntando-se a isso as passagens efémeras do Benfica e Vitória de Guimarães pelas estradas nacionais, deixando o pelotão português na maior pobreza qualitativa dos últimos anos. Felizmente ainda temos entre nós a formação de Tavira, em tempos o parente pobre da competição, mas agora, o maior e melhor projecto nacional na modalidade, com dois ases para atacar a vitória. O já tri campeão David Blanco e o "rei do povo" Cândido Barbosa... Esperemos pelas etapas na estrada, mas ao contrário de muitos penso que a vitória de David Blanco não é tão previsivel quanto parece, tendo em conta alguns bons valores estrangeiros que não têm sido muito falados como Emanuele Sella (CarmioOro-NGC), Sergio Pardilla (CarmioOro-NGC) e possivelmente Patrik Sinkewitz (ISD-Neri).
Dia 15 falamos...
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