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sábado, 7 de agosto de 2010

Polis quer excluir um terço das casas da ilha barreira, acusam moradores


A Associação de Moradores da Ilha da Culatra acusa a sociedade Polis de querer excluir cerca de um terço das casas existentes na ilha da classificação de primeira habitação, colocando em risco dezenas de moradores

Das 377 casas identificadas pelos técnicos da Sociedade Polis Ria Formosa naquela ilha apenas metade (184) foram consideradas como sendo de primeira habitação após o levantamento das construções na ilha, que ficou fechado em Junho.

Do total das casas existentes na ilha há ainda 128 (cerca de um terço) que continuam sem ligação à rede de abastecimento de água potável, as mesmas que Sílvia Padinha teme que sejam excluídas da classificação de primeira habitação.

A presidente da associação de moradores disse à Lusa que já recebeu pelo menos 64 notificações endereçadas a residentes na ilha, nas quais a Sociedade Polis expõe os argumentos para considerar aquelas casas como sendo de segunda habitação.

«Só pode ser incompetência ou má fé dos técnicos», acusa Sílvia Padinha, dando o exemplo de uma família com três filhas cuja habitação corre o risco de ser excluída por alegadamente um dos elementos do agregado familiar estar a estudar em Faro.

Outro dos casos que aponta é o de uma reformada de 80 anos, que vive sozinha e que poderá ser excluída porque os consumos de eletricidade não são alegadamente «compatíveis com o normal».

«Isto é um escândalo, estamos a falar de pessoas», desabafa Sílvia Padinha, dizendo que a população do núcleo da Culatra – onde residem cerca de 1000 pessoas, na sua maioria com actividade ligada ao mar -, está «mais uma vez a ser mal tratada».

A Sociedade Polis iniciou em Janeiro o recenseamento das casas em várias ilhas barreira, entre as quais a Culatra, requerendo na altura a todos os moradores a entrega de documentação que atestasse que aquela era a sua primeira residência.

«Parece que a Polis procura o problema e não a solução», afirma, acusando a sociedade de estar a desviar-se dos propósitos iniciais de proteção e requalificação do núcleo piscatório da ilha, revelando uma «enorme falta de sensibilidade».

Aquela responsável exorta por isso os membros da sociedade – o Ministério do Ambiente e as Câmaras Municipais de Faro, Olhão, Tavira e Loulé -, que se pronunciem acerca da actuação da Sociedade Polis.

Em comunicado divulgado hoje, também o PS/Faro já se insurgiu contra o que diz ser a «adulteração» do programa inicial, realizada pela Administração da Sociedade Polis e «pela maioria de direita da Câmara de Faro».

Segundo o presidente do PS/Faro, João Marques, o programa e objectivos iniciais do programa – que levaram à adesão do Município de Faro, do qual na altura o socialista fazia parte como vereador – estão a ser «totalmente desvirtuados».

O ex-vereador diz ainda lamentar que a Sociedade Polis esteja a classificar de segunda habitação casas nas quais os técnicos não encontraram as pessoas na hora em que lá se deslocaram para fazer o recenseamento.


Retirado de Sol / Lusa


Tirando os pobres pescadores, e que já neste espaço dei a minha opinião sobre a situação, não me escandaliza nada que as casas de segunda habitação sejam derrubadas...

Toda a gente sabe que a ocupação daqueles espaços dunares foram feitos à revelia das autoridades e mesmo que com o passar do tempo a aceitação por parte das autarquias tenha sido gradual, há muitos interesses e negócios à volta das casa de segunda habitação, feitas em terrenos de todos nós mas com os proveitos únicos e exclusivos dos pseudo proprietários. A Natureza está primeiro e interesse humano não se pode sobrepôr a uma área como aquela, tão cristalina, pura e bela como a nossa Ria...

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